Demissões no Iphan

Luciano Hang admite que colocou a 'boca no trombone' após Iphan paralisar obra de sua loja

Bolsonaro admitiu que demitiu funcionários do instituto após interferência na obra da Havan

Luciano Hang na CPI da Covid - Leopoldo Silva/Agência Senado

O dono das lojas Havan, Luciano Hang, usou suas redes sociais para se manifestar sobre o caso de demissão de funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ocorrido depois que o presidente Jair Bolsonaro se irritou ao saber que o órgão havia determinado a interrupção de uma obra numa das unidades da rede de Hang. O empresário admitiu que, após a paralisação, botou a "boca no trombone", mas disse que nunca pediu qualquer favor a Bolsonaro, de quem é amigo pessoal.

Fiel apoiados do presidente desde 2018, Hang já chegou a participar de atos políticos com o amigo. Nesta semana, o próprio Bolsonaro (PL) admitiu ter demitido representantes do Iphan depois da ordem de interdição na obra de interesse de Hang.

Em sua conta no Twitter, o empresário escreveu que em 2020 fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais para falar sobre o “absurdo” de o Iphan ter paralisado uma obra da Havan em Rio Grande (RS) por mais de 40 dias. Segundo Hang, a medida foi tomada porque técnicos do instituto encontraram um artefato no terreno que pensavam ter valor histórico. De acordo com o empresário, porém, "não passava de um pedaço de cerâmica comum”.

Hang ainda afirmou que a obra só não ficou paralisada por mais tempo porque ele colocou a “boca no trombone”. “Bolsonaro usou o meu exemplo para expor algo que acontece com qualquer empreendedor brasileiro todos os dias. A fala do presidente reforça seu compromisso em buscar um país que cresça por meio da livre iniciativa, sem burocracia. Não adianta termos órgãos públicos que não deixam o povo trabalhar”, escreveu.

Mais adiante, ele reclamou ainda, como já fez em outras ocasiões, do tratamento dispensado ao empresário no Brasil: "Quem quer ter um negócio no Brasil, ajudar no desenvolvimento e gerar empregos é tratado como uma pessoa do mal, que deve ser podada e não incentivada. Bolsonaro usou o meu exemplo para expor algo que acontece com QUALQUER empreendedor brasileiro todos os dias".