Datafolha: Alckmin como vice pode levar 16% a votarem em Lula
Porém, para 70% dos entrevistados a chegada do ex-governador não muda sua intenção de voto
A entrada do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode aumentar a possibilidade de voto no petista para 16% dos eleitores, segundo dados de pesquisa do Insituto Datafolha divulgados nesta sexta-feira. Para 70% dos entrevistados, no entanto, a chegada do ex-governador não muda sua intenção de voto. Outros 11% dizem que adesão do ex-governador pode diminuir vontade de votar em Lula.
Segundo o Datafolha, Lula já tem a preferência de 48% dos eleitores. Levando-se em conta a margem de erro e os votos válidos, o petista poderia vencer no primeiro turno, segundo o levantamento. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece com 22%; Sérgio Moro (Podemos), com 9%; e Ciro Gomes (PDT), com 7%. Votos brancos e nulos somam 8%, e a margem de erro é dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Como o ex-presidente já tem um número alto de intenção de voto, a entrada de Alckmin é vista como mais importante para atrair grupos específicos, como os mais ricos, e tirar votos de outros candidatos na tentativa de facilitar uma possível vitória no primeiro turno.
Entre os entrevistados que declararam votos em outros pré-candidatos, os mais dispostos a escolher Lula caso Alckmin seja mesmo seu vice são os de João Doria (PSDB). De acordo com o Datafolha, 21% destes eleitores consideram escolher a chapa do petista por causa de Alckmin. Dos eleitores de Ciro, 13% dizem que a chance de trocar de escolha aumenta caso a coligação ocorra.
A chegada de Alckmin também causa impacto na campanha de Moro: 12% dos seus eleitores dizem que poderiam mudar de ideia. Entre quem vota em Bolsonaro, a taxa é de 4%.
A pesquisa mostra, ainda, que a maior parte da população desconhece que essa negociação está em andamento: 68%. Quanto mais rico o eleitor, mais informado sobre a articulação ele está. Dos que ganham mais de dez salários mínimos, 64% dizem saber da história.
Na última quarta-feira, Alckmin anunciou a saída do PSDB, partido que ajudou a fundar há 33 anos. Pelo partido, foi duas vezes deputado federal, quatro vezes governador de São Paulo e duas vezes candidato à presidente da República. Ele tem convites de ao menos três legendas: PSB, PSD e Solidariedade.
Aliados esperam uma resposta sobre a filiação para o ano que vem. Uma das propostas é entrar no PSB para ser o indicado do partido para vice de Lula, enquanto o PT apoiaria socialistas na candidatura ao governo paulista. Outra hipótese é que Alckmin saia candidato ao governo do estado pelo PSD.