EUA distribuirá testes gratuitos de Covid, enquanto ômicron se espalha pelo mundo
Washington também informou que doará 580 milhões de dólares adicionais a organizações internacionais para combater a pandemia em vários países
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (21), que distribuirá milhões de testes gratuitos de Covid-19 diante do avanço da variante ômicron, que levou diversos governos a retomarem as restrições antes das festas de fim de ano.
Washington também informou que doará 580 milhões de dólares adicionais a organizações internacionais para combater a pandemia em vários países, enquanto Israel anunciou novas restrições de viagem para os Estados Unidos.
Em meio a temores de que as vacinas possam não ser tão eficazes contra essa variante, devido às suas múltiplas mutações, o órgão de controle de medicamentos da União Europeia disse que é muito cedo para saber se as empresas farmacêuticas precisarão desenvolver um imunizante específico para a ômicron.
Essa variante, já detectada em dezenas de países, parece ser mais infecciosa, mas os indicadores iniciais sugerem que não causa casos mais graves do que a delta.
Sua rápida disseminação ao redor do mundo levou os governos a reimpor as restrições antes das festas de Natal e Ano Novo, enterrando as esperanças de que o pior da pandemia havia ficado para trás.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou ao país nesta terça-feira após a Casa Branca anunciar que o governo distribuirá 500 milhões de testes gratuitos da Covid-19 e mobilizará o pessoal médico militar se necessário.
"Todos deveríamos estar preocupados com a ômicron, mas não alarmados", disse em discurso na Casa Branca, transmitido pela televisão. "Isto não é março de 2020", acrescentou.
"Duzentas milhões de pessoas estão completamente vacinadas. Estamos preparados, sabemos mais. Só temos que continuar focados", prosseguiu.
Washington destinará US$ 580 milhões para organizações internacionais, principalmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a luta contra a Covid em um momento de propagação da ômicron, informou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
O anúncio foi feito depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano informou que 73,2% dos novos casos registrados no país na semana passada correspondiam à variante ômicron. A Dinamarca disse na terça-feira que essa variante também é a dominante no país.
Biden utilizou o Twitter na noite de segunda-feira para encorajar as pessoas a se vacinarem e a adotar medidas de segurança, como o uso de máscaras, alertando que os casos estão aumentando.
"Comemorar tarde"
Diante dos temores com a propagação da ômicron, Israel voltou a adotar restrições.
Um comitê parlamentar proibiu nesta terça que cidadãos e residentes viajem para os Estados Unidos, ao incluir o país em uma lista de mais de 50 nações que conta com Bélgica, Canadá, Alemanha, Hungria, Marrocos, Portugal, Suíça e Turquia.
"É melhor comemorar tarde do que comemorar agora e lamentar depois", declarou na segunda-feira o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao pedir aos países que intensifiquem os esforços para acabar com a pandemia e cancelar as celebrações de fim de ano.
Paris já cancelou suas comemorações, enquanto a Alemanha limitou nesta terça-feira a dez pessoas as reuniões e festas de Ano Novo, proibindo ainda a presença do público em grandes eventos esportivos a partir de 28 de dezembro.
"Não é momento de fazer festas e noites amistosas com muita gente", disse o chanceler, Olaf Scholz, após conversar com líderes regionais alemães.
A partir de 28 de dezembro, os grandes eventos "não serão mais realizados com espectadores, isto se aplica particularmente aos jogos de futebol", acrescentou.
A região da Catalunha, na Espanha, também estuda adotar restrições, enquanto o Marrocos anunciou a proibição total das comemorações de Ano Novo.
A Holanda já impôs um confinamento durante o Natal. As autoridades europeias alertaram que a ômicron pode ser a variante dominante na Europa em meados de janeiro.
Enquanto isso, no Equador, o governo descartou o confinamento durante as festas de dezembro.
Os cientistas se apressam para saber mais sobre a variante ômicron, detectada pela primeira vez no mês passado na África do Sul e que infectou pessoas com o esquema vacinal completo em todo o mundo.
A chefe da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) acrescentou que é muito cedo para saber se é necessária uma vacina específica para a ômicron, pois é preciso ter mais informações.
"Ainda não há uma resposta se precisaremos de uma vacina adaptada com uma composição diferente para lidar com esta (ômicron) ou qualquer outra variante", disse Emer Cooke.
Seus comentários foram feitos no momento em que a OMS aprovou outra vacina nesta terça-feira, a da empresa americana Novavax.
A vacina, licenciada pela União Europeia na segunda-feira, é a quinta aceita no bloco depois das da Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson.
As autoridades esperam que a vacina Novavax, feita com tecnologia mais convencional do que outras, ajude a persuadir aqueles que têm dúvidas sobre a vacinação.