Justiça russa multa Google em US$ 98 milhões por conteúdos proibidos
Um tribunal russo determinou nesta sexta-feira (24) uma multa recorde de 7,2 bilhões de rublos (98 milhões de dólares) ao Google por não ter eliminado conteúdos "proibidos", uma nova medida do país contra os gigantes do setor digital.
Em um comunicado em sua conta no Telegram, o departamento de comunicação dos tribunais de Moscou informou que o Google foi considerado culpado de "reincidência", pois o grupo americano não eliminou de suas plataformas conteúdos considerados ilegais na Rússia.
A justiça russa anuncia sanções com frequência a grandes empresas digitais acusadas de não apagar conteúdos que fariam apologia das drogas, do suicídio o que estriam relacionadas com a oposição política.
Em setembro, pouco antes das eleições legislativas, Moscou obrigou Apple e Google a retirar de suas lojas virtuais na Rússia o aplicativo do opositor Alexei Navalny, que está preso, por "interferência eleitoral".
E ameaçou prender seus funcionários na Rússia caso não cooperassem, de acordo com fontes das empresas.
Também bloquearam vários sites vinculados a Navalny, depois que suas organizações foram consideradas "extremistas" e condenadas pela justiça russa.
Em setembro, a agência reguladora das telecomunicações russas, Roskomnadzor, anunciou o bloqueio de seis softwares de redes privadas virtuais (VPN), que permitem o acesso a páginas proibidas na Rússia.
As autoridades russas estão desenvolvendo um polêmico sistema de "internet soberana" que permitirá isolar a rede russa dos grandes servidores mundiais.
ONGs e opositores temem que o Kremlin tente criar uma rede nacional sob seu controle, como acontece na China, algo que o governo nega.
O regime também aumenta sua presença nas grandes empresas digitais russas.
O grupo de tecnologia VK, controlado por uma filial do gigante do setor de energia Gazprom (e que criou a primeira rede social russa, "VKontakte"), anunciou recentemente a nomeação como diretor geral de Vladimir Kirienko, o filho de um colaborador próximo a Vladimir Putin.