alta dos juros

Com trajetória de alta da Selic, juros ficam mais altos ao consumidor em novembro

Dados do Banco Central mostram que taxa paga pelas pessoas físicas em novembro, de 28,2%, foi a mais alta desde março de 2020. Juros do rotativo no cartão de crédito atingiram 346,1%

Banco Central do Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na esteira da trajetória de alta da Selic, os juros ao consumidor no sistema financeiro voltaram a subir no mês passado. Segundo números divulgados nesta terça-feira  (28) pelo Banco Central, a taxa paga pelas pessoas físicas aumentou 1 ponto percentual, de 27,2% em outubro para 28,2% em novembro, chegando ao patamar mais elevado desde março do ano passado, quando o índice foi de 28,4% ao ano. As empresas também pagaram mais de um mês para outro, de 16,5% para 17,8%.  

O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) aumentou a taxa basica de juros de 7,75% para 9,25% no início deste mês. Foi a sétima alta consecutiva da Selic, cujo ciclo começou em abril deste ano. O grande temor da autoridade monetária é o crescimento da inflação, que já alcança dois dígitos, enquanto a meta oficial é de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. 
 

Com o encarecimento do crédito, a taxa do cheque especial, que estava em 128,2% ao ano, aumentou para 129,6%, a maior desde setembro deste ano. Os juros do crédito pessoal atingiram 84,4%, o maior nível desde abril, quando a taxa ficou em 88,5%

Para quem continua recorrendo sistema rotativo no pagamento do cartão de crédito, o custo está ainda maior. A taxa subiu de 343,5% para 346,1% ao ano.

Já o empréstimo consignado, que oferece um risco menor pelo fato de a parcela ser descontada diretamente do salário do servidor, foi de 18,4%, a mais alta desde março do ano passado, quando o índice foi de 18,8%. No caso dos trabalhadores do setor privado, houve um aumento de 32,4% para 32,9% ao ano, o maior percentual desde fevereiro do ano passado (33,9%). 

De acordo com o Banco Central, a taxa de inadimplência não sofreu alteração, apesar das taxas elevadas sobre os empréstimos. O índice se manteve em 3% e 2,3%, para pessoas jurídicas e físicas, respectivamente.