Reajuste dos servidores

Tesouro: Governo só decidirá sobre reajuste de servidores 'ao longo de janeiro'

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, não está previsto nenhum reajuste ao longo de 2022

Dinheiro - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Apesar da ameaça de greve dos servidores públicos por aumento salarial, o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, disse que o governo só tomará a decisão sobre quais categorias serão atendidas em janeiro.

Ele destacou que a diretriz do Tesouro Nacional é não conceder reajuste ao longo de 2022. Contudo, o Orçamento aprovado pelo Congresso trouxe uma previsão de R$ 1,7 bilhão para atender principalmente os policiais, base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).   

— Essa discussão ainda está por ser feita, ainda não está definido como serão alocados esses recursos de R$ 1,7 bilhão. A gente ainda não tem uma definição e, ao longo do mês de janeiro, devemos ter mais clareza. A diretriz que a gente trabalha até então é de não reajuste ao longo de 2022 — disse Valle ao comentar o resultado das contas do Tesouro no mês de novembro.

Ao ser indagado sobre a mobilização dos servidores públicos, o secretário respondeu:

— A gente sabe que é uma preocupação, há mais de dois anos que não tem reajuste salarial. É normal haver esse debate. 

Ele evitou dar detalhes sobre o pagamento de bônus para os auditores da Receita Federal. Valle disse não ter conhecimento sobre a minuta de um decreto enviado à Casa Civil com esse teor. Porém, auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmam que a proposta foi enviada. 

Valle afirmou também que o governo terá que fazer ajuste na proposta orçamentária aprovada pelo Congresso, como por exemplo, cancelar algumas despesas. Esses ajustes se devem a uma previsão subestimada de gastos obrigatórios. 

— Certamente a gente terá que fazer alguns ajustes, vai ter que alguns cancelamentos de despesa. Teremos mais detalhes nos próximos dias.