Dólar sobe com preocupações fiscais e se aproxima dos R$ 5,70; Bolsa cai 0,63%
O Ibovespa tem queda de 0,62%, a 104.213 pontos
Depois de operar próximo da estabilidade, o dólar comercial avançou com mais força na tarde desta quarta-feira, se aproximando do patamar de R$ 5,70. O mercado reage com preocupação à possibilidade de reajuste salarial para os servidores públicos, o que poderia prejudicar um cenário fiscal já fragilizado.
Por volta das 16h45, a moeda americana subia 0,97%, negociada a R$ 5,6944.
Já o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, tem queda de 0,62%, a 104.213 pontos.
Ainda no cenário doméstico, Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acima do esperado contribuiu para um dia de mais pessimismo no mercado. Investidores também reagem com cautela ao avanço da variante ômicron pelo mundo, e os riscos de novos lockdowns.
Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, explica que de maneira geral a tendência para o dólar nos próximos meses é de alta, com a perspectiva de redução dos estímulos monetários pelo Federal Reserve, o banco central americano.
Isso pode fazer com que as taxas de juros no país sejam elevadas antes do esperado inicialmente pelo mercado, tornando o país mais atraente para os investidores, especialmente em um momento de maior aversão a risco global.
— Aqui, o que dificultam são as contas públicas. Os servidores têm pressionado por aumentos salariais, apesar de o ministro da Economia já ter avisado que isso quebraria o país. Se o Bolsonaro ceder, considerando esse momento mais populista e a proximidade das eleições, pode haver um caos ainda maior nas contas públicas — afirma Friedrich.
Sob ameaça de uma greve geral do funcionalismo público federal, o governo estuda alternativas para contemplar pelo menos algumas categorias que pleiteiam aumentos. Segundo um técnico da equipe econômica, já foi enviada à Casa Civil a minuta de um decreto que regulamenta o bônus por desempenho para os auditores da Receita Federal.
As ações do BR Malls (BRML3) subiam 0,49% e as da Aliansce Sonae (ALSO3) avançavam 1,60%, após a empresa ter informado que iniciou “conversas preliminares” para uma fusão com a concorrente.
As duas empresas são os maiores grupos de administração de shopping no Brasil.
Por volta das 17h, a Vale (VALE3) subia 0,96%, enquanto as preferenciais da Petrobras (PETR4) caíam 1,01%.
Entre as maiores baixas do dia estão as ações da companhia aérea Azul (AZUL4), com queda de 6,45%, e da CVC (CVCB3), com queda de 7,62%.
O dia é de sinais mistos nas bolsas americanas. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, registrava alta de 0,26%, enquanto o S&P e Nasdaq tinham quedas de 0,10% e 0,56%, respectivamente.
Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 0,66%, enquanto em Frankfurt houve queda de 0,70%. A Bolsa de Paris também caiu 0,27%.
O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em queda de 0,56%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,83%.