Irã e EUA

Para o Irã, governo Biden é responsável pela morte de Soleimani

Soleimani um dos comandantes da Guarda Revolucionária, morto por um ataque americano com drones em 3 de janeiro de 2020

Pessoas estão ao lado de um recorte que representa o principal comandante morto do corpo da guarda revolucionária iraniana (IRGC), Qasem Soleimani, em exibição no pátio da mesquita de Zahra dentro da sede do IRGC Mohammad na capital Teerã - AFP

O Irã atribuiu nesta sexta-feira (31) a "responsabilidade" do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani à administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apesar da decisão ter sido tomada por seu antecessor Donald Trump.

"O ataque terrorista (...) foi orquestrado e executado de forma organizada pelo governo americano da época e a Casa Branca é atualmente responsável (por isso)", disse o Ministério das Relações Exteriores iraniano em comunicado por ocasião do início de uma semana de celebrações no segundo aniversário da morte do general.

De acordo com os padrões internacionais e legais, o governo dos Estados Unidos tem "responsabilidade internacional definitiva" por esse crime, acrescentou.

O Irã realizará diversos eventos para honrar Soleimani, um dos mais importantes comandantes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, assassinado por um ataque americano com drones em 3 de janeiro de 2020 no aeroporto de Bagdá.

Ele foi morto junto com outras nove pessoas, incluindo Abu Mahdi al-Mouhandis, número dois da Hashd al-Shaabi, uma coalizão de paramilitares pró-Irã agora integrada ao Estado iraquiano.

Os eventos de tributo, que incluem um desfile demonstrando "capacidades de mísseis", vêm em paralelo a uma nova rodada de negociações em Viena para tentar salvar o acordo nuclear internacional iraniano concluído em 2015, do qual o governo Trump se retirou unilateralmente em 2018.

Em resposta ao restabelecimento das sanções, o Irã, que nega querer adquirir a bomba atômica, gradualmente abandonou seus compromissos no acordo.

Biden apoia o retorno dos Estados Unidos ao pacto, mas pede que seu governo se prepare caso a diplomacia fracasse.