Política

Bolsonaro critica passaporte vacinal e defende atuação do governo na compra dos imunizantes

Em pronunciamento, presidente voltou a dizer que vacinação para crianças deve ocorrer somente com consentimento dos pais e prescrição médica.

Presidente fez pronunciamento nesta sexta-feira (31) - Reprodução

Em pronunciamento na noite desta sexta-feira em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao passaporte vacinal e tentou defender a atuação do governo na pandemia, que durante esse ano foi alvo de duras críticas e acusações ao longo da CPI da Covid.

O discurso, com duração de seis minutos, foi usado pelo presidente para se defender das críticas sobre lentidão na aquisição de vacinas. Ao longo deste ano, a CPI da Covid mostrou que o governo federal recusou ofertas de vendas das vacinas da Pfizer e do Instituto Butantan, o que gerou atraso na compra dos imunizantes. Bolsonaro foi alvo, no relatório final da comissão, de pedido de indiciamentos por crimes cometidos na pandemia.

"Lembro que em 2020 não existiam vacinas disponíveis no mercado, e a primeira pessoa vacinada foi no Reino Unido em dezembro. Todos os adultos que assim desejaram foram vacinados no Brasil. Fomos um exemplo para o mundo", afirmou Bolsonaro.

Citando o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o presidente voltou a dizer que o governo defende a vacinação de crianças apenas com prescrição médica e também criticou a exigência de passaporte vacinal. 

"Não apoiamos o passaporte vacinal. Nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada", afirmou.

Bolsonaro também voltou a criticar os governadores por terem determinado o fechamento do comércio para conter a disseminação da Covid-19 e disse que as ações do governo federal permitiram a economia ser mantida em atividade. 

Sobre as críticas de falta de ação do governo federal para ajudar as vítimas das enchentes na Bahia, o presidente disse que orientou os ministros da Cidadania, João Roma, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a prestarem todo o atendimento necessário aos estados de Minas Gerais e Bahia. "Lembro agora dos nossos irmãos da Bahia e do Norte de Minas Gerais, que nesse momento estão sofrendo os efeitos das fortes chuvas na região. Desde o primeiro momento, determinei que os ministros João Roma e Rogério Marinho prestassem total apoio aos moradores desses mais de 70 municípios atingidos", afirmou.

O tradicional pronunciamento oficial do fim do ano também serviu para o presidente defender outras ações federais que miram o seu eleitorado, como a facilitação do acesso às armas e ações contra a violência no campo.