JUSTIÇA

Príncipe Andrew enfrenta semana crucial nos EUA, onde é acusado de agressão sexual

Príncipe Andrew - Reprodução / Internet

 O príncipe britânico Andrew enfrenta uma semana crucial em sua luta contra uma ação por agressão sexual, apresentada contra ele em Nova York por uma americana, no âmbito do escândalo sexual envolvendo seus amigos Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell.

Na próxima segunda-feira (3) será publicado um acordo legal e na terça (4) serão ouvidas as argumentações orais do caso, tudo depois de Maxwell ter sido condenada na semana passada por tráfico sexual de menores para Epstein.

A demandante, Virginia Giuffre, alega que Epstein, um consultor financeiro que se suicidou enquanto aguardava julgamento em 2019, a emprestou para manter relações sexuais com seus sócios ricos e poderosos, inclusive o príncipe Andrew.

A mulher acionou o membro da realeza britânica por danos não especificados, alegando que o príncipe a teria agredido sexualmente em 2001, quando tinha 17 anos, ainda menor de idade segundo a lei americana.

Andrew, de 61 anos, segundo filho da rainha Elizabeth II, não foi acusado criminalmente e tem negado reiterada e energicamente as acusações.

Um acordo de 2009 entre Epistein e Giuffre será divulgado na segunda-feira em um tribunal de Nova York. 

Os advogados de Andrew afirmaram que o acordo protege o príncipe e outros de serem processados por Giuffre e esperam que seja motivo suficiente para que um juiz indefira sua ação contra o membro da realeza.

Na terça-feira, o juiz de Nova York Lewis Kaplan ouvirá as argumentações orais sobre se deve ou não indeferir a ação. 

A audiência das 10h locais (12h de Brasília) ocorrerá virtualmente.

Suor 
Kaplan rejeitou na sexta-feira as tentativas dos advogados de Andrew de deter o avanço do processo argumentando que Giuffre agora mora na Austrália.

Na véspera, os advogados de Giuffre exigiram que o príncipe Andrew entregasse registros médicos demonstrando que não conseguia suar.

Ocorre que, em uma entrevista desastrosa em 2019 à BBC, o príncipe negou a afirmação de Giuffre, segundo quem ambos tinham compartilhado uma dança suarenta em uma boate londrina, alegando que na ocasião não conseguia suar devido a uma condição relacionada ao período em que serviu na Guerra das Malvinas, em 1982. 

Giuffre afirma que o príncipe Andrew a agrediu na casa de Epstein em Nova York, em sua ilha privada nas Ilhas Virgens americanas e que abusou sexualmente dela na casa em Londres de sua amiga, Maxwell, que apresentou o príncipe a Epstein no começo da década de 1990.

Epstein se suicidou em uma prisão de Manhattan em 2019, após ter sido acusado de tráfico sexual infantil. O príncipe Andrew anunciou sua retirada da vida pública naquele ano por conta do escândalo do empresário americano.

O juiz Kaplan disse em novembro que o processo de Giuffre contra Andrew poderia ser apresentado perante um júri de Nova York no fim de 2022.

Os novos desenvolvimentos do caso de Giuffre contra Andrew ocorrem dias depois de Maxwell ter sido considerada culpada na quarta-feira de recrutar e preparar moças menores de idade para que Epstein abusasse delas.

Maxwell pode ser condenada a uma pena que a manterá na prisão pelo resto da vida, após ter sido considerada culpada por um júri de cinco das seis acusações feitas contra ela.