Conflito armado e vacinação precária: os riscos ao redor da Copa Africana de Nações
Torneio começa a partir do próximo dia 12, em Camarões
Dois potenciais problemas colocam em risco o desenrolar da edição de 2021 da Copa Africana de Nações, que começa a partir do próximo dia 12, em Camarões, com uma partida da seleção-sede contra a Burquina. O primeiro é um conflito armado movido por grupos que defendem a criação de um estado chamado “Ambazônia”.
O torneio ocorre ao longo de seis cidades do país africano, entre elas, está Limbe, localizada na costa tropical do Atlântico e que abriga o Estádio Omnisport, espaço que irá receber os jogos do Grupo F. Limbe tem sido vítima de ataques desde o começo de 2017, quando começaram os conflitos.
"A Copa Africana de Nações vai ocorrer em condições muito boas. Não há motivos para preocupação", assegurou Emmanuel Ledoux Engamba, funcionário de alto escalão do governo de Fako, região em que fica Limbe e Buea, outra cidade refém dos mesmos problemas. Só em novembro, foram dois atentados, com um deles deixando 11 feridos.
"Meu medo… é que o fenômeno recente de explosões de bombas que têm acontecido em outras partes… possa ser um fato comum durante este período da Copa Africana das Nações" disse o jornalista local Honore Kuma, em entrevista à agência de notícias Reuters.
O outro risco que aflige o evento é o nível de vacinação do país, que, por sua vez, reflete os números de resto do continente africano. Das seleções que vão participar do torneio, a anfitriã está mais prejudicada: no total, apenas 2,3% da população de Camarões aparece totalmente imunizada com duas doses ou vacinas de dose única e 3% com metade do quadro vacinal completo, conforme indicam números da públicação "Our World in Data".
Dos mais de 1,2 bilhão de habitantes, a África tem só 14% da população imunizada e 9,1% com as duas doses
Abaixo, veja a listagem dos grupos:
Burkina Faso
Camarões
Cabo Verde
Etiópia
Guiné
Malawi
Senegal
Zimbabwe
Comores
Gabão
Gana
Marrocos
Egito
Guiné-Bissau
Nigéria
Sudão
Argélia
Costa do Marfim
Guiné Equatorial
Serra Leoa
Gâmbia
Mali
Mauritânia
Tunísia