Moraes prorroga pela quinta vez inquérito que investiga interferência de Bolsonaro na PF
Ministro do STF estendeu por mais 90 dias a investigação aberta contra o presidente da República
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou nesta sexta-feira (7), o inquérito que apura as supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal. A apuração sobre interferência na PF foi prorrogada pela quinta vez e foi aberta após denúncia do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
"(...) Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito", diz o despacho de Moraes publicado nesta sexta.
O inquérito estava parado desde outubro de 2020, aguardando uma definição do Supremo sobre o formato do depoimento de Bolsonaro à PF, se pessoalmente ou por escrito. Em outubro, quando a questão começou a ser julgada, o presidente mudou de idiea e encaminhou uma manifestação dizendo que iria depor pessoalmente.
A abertura do inquérito foi autorizada em abril de 2020 pelo ministro Celso de Mello. O magistrado entendeu que os crimes supostamente praticados por Bolsonaro, conforme narrado por Moro, podem ser conexos ao exercício do mandato presidencial. O então relator também entendeu que o depoimento de Bolsonaro deveria ser realizado presencialmente.
O inquérito sobre as acusações de Moro, ex-ministro do governo e ex-juiz da Operação Lava Jato, já colheu uma série de depoimentos. Ao final das apurações, caberá ao procurador-geral decidir se vai denunciar Bolsonaro, arquivar as investigações ou pedir novas diligências.