Música

Romero Ferro leva seu 'pop com sotaque' em ares do Sudeste

Cantor e compositor pernambucano traz saldo positivo de 2021 e segue no novo ano focado no pop e no lançamento do terceiro disco "Ouro"

Romero Ferro, cantor e compositor pernambucano - Gustavo Bresciani

Há muitos coloridos (e respiros) em meio ao caos – de uma pandemia, inclusive, e de um País que tem a arte como coadjuvante. E para matizar os dias, os passos nem precisam ser largos, basta que sejam dados. Umas apresentações online aqui, uns singles acolá e um "Chá da Alice" para findar 2021 foram caminhos que nortearam, por exemplo, o cantor e compositor Romero Ferro, 28. 

“Foi um período que fez com que eu repensasse meu lado artístico, o que era o Romero, com o que eu devia continuar, em que podia melhorar. Foi um ano de amadurecimento pessoal e profissional quando vim para o Rio e fui ficando, ficando...”, pontuou um dos nomes de peso da música pop nacional e, que em terras cariocas há pelo menos um ano, tem reverberado o sotaque pernambucano e fincado seu fazer artístico sem deixar frestas.

“Entrei na pandemia com um contexto e saí com outro”, acrescentou ele, em conversa com a Folha de Pernambuco.

Sair do lugar comum
De fato, além de singles inéditos, clipes, participações em festivais como Molotov, feats com a paraibana Lucy Alves e a pernambucana Doralyce, além do palco da festa de Anitta, no "Chá da Alice", no Rio e duas temporadas do projeto “Eita Ferro” – entrevistando nomes como Tiê, Otto e Johnny Hooker –  Romero Ferro apropriou-se de si mesmo para chegar em 2022 tomado por fôlego, experimentos e misturas, que devem seguir coloridas. 
 

Crédito: Gustavo Bresciani

“Defendo a bandeira do pop com sotaque, não deixo de olhar de onde vim e sei até onde quero chegar. Me questionei sobre isso, sabe? O que eu queria para minha carreira. Chegou a hora de expandir e quando me dei conta, vim em busca de outros espaços.

Os anos de 2020/2021 foram de muito amadurecimento, pessoal e profissional, e quando repensei toda minha trajetória, desde minha saída de Garanhuns (terra natal) até me deslocar para o Sudeste, foi o momento de perceber que meu trabalho poderia alcançar mais pessoas. Estar aqui me deu essa percepção de sair do lugar comum, lidar com pessoas que não me conheciam e me enxergar de outra forma”, ressalta.

Pop, frevo, forró e brega
Um entendimento que trouxe reflexos aos palcos por onde esteve em 2021 – inclusive nos físicos, quando os shows foram retomados – e nos discursos que passou a dirigir às pessoas, além de uma autodefinição que lhe coloca como cantor pop, tomado por inquietudes e aberto a cheganças em pegadas como o frevo, o forró, o brega e o brega funk– recentemente, junto ao acordeon Lucy Alves ele lançou o single “Essa Paixão”. 



"Ouro", o próximo álbum
“Nunca tivemos um pop tão ativo no Brasil. O pop é amplo e possibilita misturas, esse é meu estilo, pelo guarda-chuvas de possibilidades que gosto de explorar e que me dá a sensação contínua de frescor. Eu não conseguiria ser um artista que por dez anos lança discos dentro do mesmo contexto sonoro”, declara Romero que soma dois álbuns de carreira,“Arsênico” (2017) e “Ferro” (2019).

E para formar (e findar) uma trilogia pensada a partir de elementos químicos, para o segundo semestre de 2022 “Ouro” passa a integrar seu acervo de discos, e com participações que ele afirma sempre ter desejado fazer. 

 

Crédito: Gustavo Bresciani

“ ‘Ouro’ vai trazer um pouco de cada um dos trabalhos anteriores, mas vem com uma cara própria, dentro de uma narrativa que fala sobre o ouro que cada um tem dentro de si e pode fazer brilhar. Ele traz também muito de mim, dentro de um processo de olhar para dentro para enxergar os próximos passos a serem dados do lado de fora, além de feats com pessoas que eu sempre sonhei em fazer”, conta.

Antes, porém, para os próximos dias deste início de novo ciclo, dois singles chegam para incrementar os ares de um ano, quiçá finde colorido o tanto quanto Romero Ferro se faz na arte.