Tragédia em mg

Bolsonaro diz que acidente em Capitólio (MG) é 'lamentável desastre'

Em publicação no Twitter, o chefe do Executivo disse que a Marinha deslocou equipe de socorro para a região e que, desde então, vem atuando no resgate das vítimas

Bolsonaro - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro se manifestou em suas redes sociais nesse sábado (8) sobre o deslizamento parcial de um cânion em Capitólio (MG), que deixou ao menos sete mortos e cerca de três desaparecidos, e qual classificou como um "lamentável desastre". Em publicação no Twitter, o chefe do Executivo disse que a Marinha deslocou equipe de socorro para a região e que, desde então, vem atuando no resgate das vítimas.

"Tão logo aconteceu o lamentável desastre em Capitólio/MG, a Marinha deslocou para a região equipe de socorro da Força. Desde então a @marmilbr vem atuando no resgate de vítimas e transporte de feridos para a Santa Casa local. A Marinha atua ao lado do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, bem como de outros órgão oficiais e voluntários", escreveu Bolsonaro.
 



Mais cedo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também se manifestou por meio das redes sociais e se solidarizou com as famílias das vítimas.

"Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Os trabalhos de resgate ainda estão em andamento. Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e amparo necessários", escreveu.
 

O deslizamento do paredão rochoso atingiu, na manhã deste sábado, três lanchas que estavam no lago de Furnas, um dos principais destinos turísticos da região. A Marinha informou que vai investigar o acidente, que matou pelo menos cinco pessoas, cujas identidades ainda não foram reveladas, e deixou mais de 30 feridos, conforme o Corpo de Bombeiros.

Segundo a corporação, 23 feridos já foram atendidos na Santa Casa de Capitólio e liberados. Outras duas pessoas foram encaminhadas para a Santa Casa de Piumhi e tiveram fraturas expostas. Mais três vítimas estão na Santa de Casa de Passos, sem informações sobre estado, e outras quatro na Santa Casa de São João da Barra com ferimentos leves.

Um vídeo que circula nas redes sociais  mostra o momento em que uma das pedras  cede e atinge as embarcações. Outras imagens gravadas mostram lanchas fugindo do local após o desabamento. Nas filmagens, consegue-se ouvir gritos e o desespero das pessoas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 12h deste sábado. Segundo a corporação, a princípio, uma tromba d'água provocou a queda de pedras que atingiram ao menos três lanchas que estavam na região.

Segundo o geólogo Fábio Braz, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), as rochas na região do acidente são formadas por blocos de quartzito, nos quais as rachaduras são profundas e estáveis. Ao contrário do que ocorre nas falhas, explica,  não existe movimentação de um bloco em relação a outro nas fraturas.

"A água em excesso percola essas fraturas e vai aumentar o peso do bloco, da rocha. Com essas chuvas intensas, o bloco se desprendeu. Então, aumentou o peso daquele bloco e penetrou pelas fraturas. O fraturamento lá é tipicamente vertical. É possível ver que cai em uma forma de torre. Primeiro, a estrutura da base entra em colapso e depois há o tombamento do bloco", disse Braz ao GLOBO.

De acordo com o geólogo, em locais com essas formações rochosas deve-se evitar a aproximação do paredão e, em caso de chuva, as atividades têm de ser suspensa.

"Ninguém está falando em suspender o turismo em Capitólio. Mas, se não tivesse aquela atividade naquela área, poderia ter ocorrido essa queda de bloco e a gente nem ficaria sabendo".

Em entrevista à GloboNews, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de MG, explicou que o agravamento da situação se deve à queda da rocha em trajetória perpendicular, além de seu tamanho.

"Geralmente, quando a gente tem esse tipo de estrutura, de ruptura, geralmente a rocha sai de uma forma mais fatiada. Ela escorre por aquela estrutura e cai de uma forma ou diagonal ou até mesmo em pé. Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular e pelo tamanho da rocha, acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas", disse o tenente.