Novak Djokovic

Ministro da Imigração australiano considera cancelar visto de Djokovic após tenista vencer recurso

Alex Hawke tem poder pessoal para revogar decisão judicial que libertou o sérvio da detenção nesta segunda-feira (10)

Djokovic - VINCENZO PINTO / AFP

O ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, considera um possível cancelamento do visto do tenista sérvio Novak Djokovic, que foi libertado, nesta segunda-feira (10), da detenção no país após vencer uma ação judicial. A autoridade tem o poder pessoal de anular a decisão, conforme a legislação australiana.

"Seguindo a determinação do Tribunal de Família e Circuito Federal de hoje em um terreno processual, permanece a critério do Ministro da Imigração Hawke considerar o cancelamento do visto do Sr. Djokovic sob seu poder pessoal de cancelamento dentro da seção 133C (3) da Lei de Migração", disse um porta-voz do ministro em comunicado. "O Ministro está atualmente considerando o assunto e o processo continua em andamento", concluiu.
 

Segundo o jornal australiano "The Age", Hawke só vai decidir sobre o assunto nesta terça-feira (11) pela manhã, no horário local. O ministro tinha quatro horas para reverter a libertação de Djokovic, mas ainda pode cancelar seu visto a qualquer momento.

O juiz Anthony Kelly considerou, nesta segunda, que a decisão do governo federal, na semana passada, de revogar o visto do tenista para entrar no país era "irracional" e ordenou que Djokovic fosse libertado.

A situação de Djokovic tem sido acompanhada de perto em todo o mundo, criando tensões políticas entre Belgrado e Canberra e gerando um debate acalorado sobre os mandatos nacionais de vacinação. 

A notícia de sua libertação foi saudada com comemorações barulhentas de batidas de tambores e dança por um grupo de cerca de 50 apoiadores, muitos com a bandeira sérvia, fora do tribunal de Melbourne.

Kelly também ordenou que o governo federal pague as custas judiciais de Djokovic, que passou vários dias em um hotel de detenção de imigrantes, observando que seus advogados argumentaram que sua "reputação pessoal e profissional e seus interesses econômicos podem ser diretamente afetados".