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Bolsonaro diz que não vai admitir ser banido de redes sociais durante a campanha: 'Jogo baixo'

Presidente diz que medida seria jogar fora as quatro linhas da Constituição

Presidente Jair Bolsonaro - Evaristo Sa/AFP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que não irá admitir ser banido das redes sociais durante a campanha eleitoral do ano que vem. Bolsonaro avisou que considerará esse tipo de medida "fora das quatro linhas" da Constituição.

Em entrevista à "Jovem Pan", Bolsonaro disse ainda que durante seu governo não adotou nenhuma medida para usar seu poder para conseguir uma reeleição.

"Me banir das redes sociais é jogar fora das quatro linhas. O jogo tem que ser realizado dentro das quatro linhas. Eu só posso dizer isso. A gente não pode admitir um jogo baixo dessa natureza. Aí não é uma disputa eleitoral dentro do critério democrático, é uma imposição. A gente não pode admitir isso daí. O bom senso se fará presente", disse Bolsonaro.

O presidente voltou a criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que, no ano passado, cassou o mandato do deputado estadual Felipe Francischini, no Paraná. Francischini foi cassado porque divulgou informações falsas sobre as urnas eletrônicas antes das eleições de 2018.

Desde o início do mandato, Bolsonaro usa a expressão "fora das quatro linhas da Constituição" para fazer referência a medidas autoritárias ou de exceção. Segundo o presidente, apesar de ter sido criticado durante a campanha, ele não teria feito nada nesse sentido no seu governo.

"O que é natural é o chefe de executivo tomar medidas restritivas para ele continuar no poder. E acontece o contrário aqui no Brasil. Me acusavam que eu seria um ditador, perseguiria negros, gays, mulheres e viram que o contrário aconteceu. Queria que ao longo de três anos alguém apontasse uma ação antidemocrática da minha parte, uma só tentativa de querer burlar, usar do poder que a gente tem para conseguir uma reeleição", afirmou Bolsonaro.

Durante o seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus aliados já foram acusados de realizarem atos antidemocráticos. No úiltimo dia 7 de setembro, o presidente fez dois discursos, um em Brasília e outro em São Paulo, em que disse que não obedeceria mais às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A reação às declarações foi negativa em diversos setores da sociedade e Bolsonaro sofreu pressão para recuar, o que aconteceu dias depois. Na ocasião, o presidente publicou uma "carta à Nação", em que disse que as afirmações foram feitas no calor do momento.