Talibãs pedem aos EUA que escute a ONU e libere fundos afegãos
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial também suspenderam suas atividades no Afeganistão e bloquearam os auxílios
Os talibãs pediram nesta sexta-feira (14) aos Estados Unidos que respondam "positivamente" ao pedido do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e desbloqueiem os fundos afegãos, congelados desde que os islâmicos tomaram o poder em agosto.
Na quinta-feira (13), Guterres pediu aos Estados Unidos e ao Banco Mundial que disponibilizem esses fundos já que, caso contrário, "o pesadelo vivido no Afeganistão" continuará aumentando, onde a fome castiga mais da metade da população.
"Os Estados Unidos devem responder positivamente ao apelo internacional e desbloquear os fundos afegãos", afirmou nesta sexta-feira no Twitter o porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid.
Os Estados Unidos congelaram cerca de 9,5 bilhões de dólares de reservas do Banco Central afegão, o que representou metade do PIB do país em 2020.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial também suspenderam suas atividades no Afeganistão e bloquearam os auxílios.
No mês passado, o Banco Mundial arrecadou 280 milhões de dólares em um fundo dedicado ao Afeganistão para transferir à Unicef e ao Programa Mundial de Alimentos que operam no país, lembrou Guterres.
A economia afegã sobrevive graças à ajuda internacional, que representava 80% de seu orçamento nacional. Desde que os talibãs tomaram o poder, as finanças entraram em colapso.
Nos últimos meses, alguns fundos realmente foram desbloqueados, mas "temos que fazer ainda mais para injetar rapidamente liquidez na economia e evitar um colapso que levaria à pobreza e fome de milhões de pessoas", disse Guterres.
Até o momento, os Estados Unidos ignoraram esses pedidos dos islâmicos, embora a fome no Afeganistão, segundo a ONU, ameace 23 milhões de pessoas - 55% de sua população.
A ONU anunciou na terça-feira que precisava de 4,4 bilhões de dólares de doações para financiar as necessidades humanitárias do Afeganistão em 2022.