'O espaço pode nos ajudar na luta para enfrentar as mudanças climáticas', diz Richard Branson
Um dos principais expoentes da corrida espacial privada, bilionário participou virtualmente da Rio Innovation Week
O britânico Richard Branson, dono da Virgin Galatic, empresa de voos espaciais do grupo Virgin, defendeu nesta sexta-feira (14), em entrevista virtual na Rio Innovation Week conduzida pelo ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, Marcos Pontos, a necessidade de atitudes efetivas contra a degradação ambiental.
"Os próximos anos serão cruciais. Precisamos parar de destruir as poucas espécies que ainda restam nesse planeta", disse Branson, que, por várias vezes citou a “degradação da Mata Atlântica”. "Se tivermos êxito, nos próximos 20, 30 anos, daí chegaremos na outra ponta da utopia, da qual devem fazer parte energia limpa. Nossos filhos deveriam poder viver num mundo mais limpo".
Branson é um dos principais expoentes da nova corrida espacial liderada por bilionários. Os principais concorrentes dele são o sul-africano Elon Musk, da Tesla, e fundador da SpaceX, e o americano Jeff Bezos, da Amazon, e agora da Blue Origin.
Hoje morador nas ilhas Virgens Britânicas, ele ressaltou o potencial dos estudos espaciais na luta em prol do meio ambiental. Os satélites, ele explicou, podem auxiliar no monitoramento de diversos fatores que têm influenciado a saúde do planeta e seus habitantes, como o desmatamento, pesca e caça ilegal.
"O espaço pode nos ajudar na luta para enfrentar as mudanças climáticas", disse ele, que, apesar de já ter ido ao espaço, passou boa parte da palesta com a imagem do vídeo travada, além de ter tido dificuldades com o áudio no início do papo com o ministro. "Os lançamentos de satélites têm os mesmos problemas técnicos que tivemos nessa palestra (risos)".
Nome forte no chamado “turismo espacial”, o britânico foi, inclusive, o primeiro dos ricaços a fazer parte de uma missão tripulada ao espaço, em julho de 2021. Diferentemente do concorrente (e amigo, ele garantiu) Elon Musk, que aposta as fichas em Marte como destino futuro, ele prefere mirar na Lua.
"A próxima fronteira seria uma colonização da Lua, mais do que Marte. Isso seria empolgante. Quem sabe um hotel da Virgin para as pessoas ficarem a 100 pés (cerca de 30 metros) acima da superfície da Lua? Deve acontecer no tempo de vida dos mais jovens da plateia", disse o britânico, de 71 anos.
Ele acredita também que daqui a algumas décadas, as viagens serão “ambientalmente mais sustentáveis”, rápidas. No entanto, o desafio é tornar isso mais possível para além do trio Branson-Musk-Bezos.
"Muitos da plateia terão oportunidade de ir ao espaço. Isso é empolgante O desafio é tornar acessível para o maior número possível de pessoas, e nos anos por vir isso vai acontecer" disse ele.