PRIMEIRA VEZ DESDE 2004

Messi x Lewandowski e Salah correndo por fora: The Best pode 'discordar' da Bola de Ouro

A Fifa começou sua premiação em 1991, enquanto a Bola de Ouro já era entregue desde os anos 1950

Lionel Messi - Franck Fife/AFP

Há décadas, a revista France Football, organizadora da Bola de Ouro, e a Fifa, que comanda o The Best, dividem o protagonismo no que tange a premiações de melhores jogadores do mundo. Em 2022, a primeira terminou com Lionel Messi eleito melhor jogador do ano passado.

Mas a concorrência ferrenha com Robert Lewandowski pode fazer com que a premiação da entidade que comanda o futebol mundial, marcada para esta segunda-feira (17), a partir das 15h, “discorde” da publicação francesa, num evento raro na história.

Desde as premiações relativas ao ano de 2004, quando a Bola de Ouro ficou com o ucraniano Andriy Shevchenko e o prêmio da Fifa — na época, chamado de Jogador do Ano — foi para Ronaldinho Gaúcho, os prêmios mantêm os mesmos ganhadores, embora seus critérios variem . Vale lembrar que entre 2010 e 2016 as premiações chegaram a se fundir, sob o nome “Fifa Ballon D’or”.

A Fifa começou sua premiação em 1991, enquanto a Bola de Ouro já era entregue desde os anos 1950. Desde que passaram a coexistir, terminaram com vencedores diferentes em sete oportunidades. Além de Ronaldinho, outro brasileiro ficou sem a dobradinha: Romário perdeu a Bola de Ouro para Hristo Stoichkov em 1994.
 

"Cada vez mais a Europa é o centro do jogo, onde os melhores se provam. Ser dominante na Europa significa ter uma espécie de carimbo, de chancela de melhor do mundo. Mesmo a France Football premiando o ano do calendário e a Fifa, a temporada europeia, tudo o que acontece entre primavera e verão europeu termina sendo decisivo, seja a reta final da Champions ou desempenhos espectaculares em Copa do Mundo e Euro", aponta Carlos Eduardo Mansur, colunista do Globo.

Em novembro, Pep Guardiola, técnico do Manchester City, defendeu a escolha na sétima Bola de Ouro de Messi: "Nunca é injusto quando Messi ganha. Claro que se Lewy ganhasse, com as temporadas que teve nos dois últimos anos, os gols, sua qualidade, também seria justo."

Já Jurgen Klopp, do Liverpool, defendeu o polonês. "É sempre possível premiar Messi por sua carreira e pelo jogador que é, mas não dar o prêmio a Lewa desta vez é complicado de entender."

Para Mansur, há argumentos fortes tanto por Messi quanto por Lewa. Mas o período de análise (outubro de 2020 a agosto de 2021), que engloba a histórica Copa América conquistada pelo argentino, pode fazer a diferença.

"Os números de Lewa em gols são soberbos, mas me parece um equívoco a impressão de que o voto em Messi é dado por inércia. À exceção dos gols, Messi supera Lewa em todo tipo de estatística, incluindo passes, construção de gols e até recuperações de bola e gols que valeram pontos para o time."

Votaram na premiação da Fifa capitães e técnicos de seleções, jornalistas e fãs. Entre as mulheres, Alexia Putellas, do Barcelona, vencedora da Bola de Ouro,é a favorita na disputa com a companheira de clube Jennifer Hermoso e Sam Kerr (Chelsea).