Vale e Usiminas retomam gradualmente atividades após chuvas intensas em Minas Gerais
Em comunicado divulgado nesta segunda, mineradora informa que ramal de BH, responsável pelo transporte de carga geral, ainda está paralisado
A Vale informou que retomou de forma parcial e gradual suas operações em Minas Gerais após o período de chuvas intensas que atingiram a região, na medida em que as condições adequadas de segurança foram restabelecidas. A mineradora também afirmou que houve alterações nos níveis de emergência de duas barragens.
No sábado, a Usiminas informou a retomada gradual das atividades do seu negócio de mineração (Musa). A operação havia sido interrompida no início da semana passada devido às fortes chuvas que atingiram o estado, no qual a companhia concentra suas minas.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Vale afirmou que, no Sistema Sudeste, a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas foi retomada no trecho entre Rio Piracicaba e João Monlevade, permitindo, assim, a expedição gradual da produção de Brucutu e Mariana, não havendo mais produção da Vale paralisada nesse sistema em decorrência das chuvas.
Já o ramal de BH, responsável pelo transporte de carga geral, encontra-se paralisado. A mineradora afirma que estão sendo estudadas alternativas logísticas para o retorno definitivo do ramal e para o escoamento da carga geral enquanto o ramal permanecer paralisado.
No Sistema Sul, foram liberados alguns acessos rodoviários e viabilizados outros alternativos, permitindo a circulação de empregados e de terceiros às minas, e consequentemente, os trabalhos de adequação da infraestrutura das frentes de lavra das minas.
Segundo a Vale. vários trechos das ferrovias MRS tiveram sua circulação de trens liberada e têm previsão de liberação de novos trechos ao longo da semana.
Desta forma, foram retomadas, nos últimos dias e de forma gradual, as usinas de Abóboras, Vargem Grande, Fábrica e Viga, que representam cerca de metade da capacidade atual do Sistema Sul. As demais usinas deverão ser retomadas nos próximos dias, após trabalhos adicionais de reestabelecimento das condições operacionais adequadas e normalização das circulações de trens.
A companhia estima que as paralisações em Minas Gerais pode ter um impacto de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas na produção e compra de minério de ferro. Considerando o impacto sazonal do período chuvoso em todas as suas operações, a Vale manteve a projeção para produção do minério em 2022 em 320 a 335 milhões de toneladas.
Quanto às barragens, a mineradora informou que houve elevação do protocolo de emergência na Barragem Área IX de nível 1 para nível 2, após alterações piezométricas na ombreira direita da estrutura. A estrutura, localizada no município de Ouro Preto, está desativada.
Também houve início do protocolo de emergência em nível 1 no Dique Elefante, no município de Rio Piracicaba, após erosão na ombreira direita da estrutura, sem o comprometimento de sua estabilidade global, diz a Vale. O dique de contenção de sedimentos está em descaracterização.
“A companhia já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos. Não há a ocupação permanente de pessoas nas Zonas de Autossalvamento correspondentes e não se faz necessária evacuação adicional”, acrescenta a nota da companhia.
Na segunda-feira, dia 10, a Vale anunciou a paralisação parcial das operações nos sistemas Sudeste e Sul, visando a garantir a segurança dos empregados e da comunidade.
O elevado volume de chuvas que atingiu o polo de produção em Minas Gerais paralisou atividades também de outras mineradoras, como a Usiminas, CSN e Vallourec.
No comunicado divulgado no fim de semana, a Uniminas disse que os problemas ainda afetam empresas responsáveis pela cadeia de escoamento de minério:
"A Musa está acompanhando a evolução das ações implementadas por tais empresas de forma a assegurar a mais rápida recuperação possível."
A Musa produz minério de ferro na região de Itaiaçu. Em 2020, dado mais recente disponível, o volume alcançou 8,7 milhões de toneladas e a companhia apurou R$ 3,8 bilhões em receitas, cerca de 35% delas referentes a vendas ao mercado externo.
O Grupo informou ainda ter retomado o nível não emergencial (nível zero) do Plano de Ação das barragens. O indicador de segurança havia sido elevado para nível 1 na segunda-feira passada, patamar que indica estado inicial de alerta, mas não necessariamente comprometimento dos fatores de segurança, o que não requer, por exemplo, a retirada de moradores ou acionamento de sirenes.