Microsoft compra ActiVision Blizzard, dos jogos Call of Duty e Candy Crush, por US$ 68,7 bilhões
É maior aquisição da história da Microsoft, que, com o aumento do porfólio de jogos, aposta sus fichas no metaverso
A Microsoft Corp anunciou nesta terça-feira a compra da Activision Blizzard, fabricante dos jogos "Call of Duty" e "Candy Crush'', por US$ 68,7 bilhões em dinheiro, o maior negócio no setor tornando a fabricante do Xbox a terceira maior empresa de games em receita, atrás da chinesa Tencent e da japonesa Sony.
A oferta da Microsoft de US$ 95 por ação tem um prêmio de 45% em relação ao fechamento da Activision na sexta-feira. As ações da Activision subiram quase 38%, a US$ 65,39, nas negociações de pré-mercado antes de serem interrompidas com a divulgação do negócio.
Já as ações da Microsoft caíram mais de 2% após o anúncio. Esta seria a maior aquisição da Microsoft até o momento, seguida pela compra do LinkedIn, em 2016, por US$ 26,2 bilhões, segundo o The Wall Street Journal.
“Os jogos são a categoria mais dinâmica e empolgante de entretenimento em todas as plataformas hoje e desempenharão um papel fundamental no desenvolvimento de plataformas metaverso”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, em comunicado.
De acordo o WSJ, a Activision esteve envolvida em controvérsias nos últimos meses após relatos de má conduta e assédio sexual entre os executivos da empresa. Na segunda-feira, a companhia disse que demitiu dezenas de executivos após uma investigação.
Sob o acordo, Bobby Kotick, que enfrentou pedidos para se demitir devido aos problemas culturais em sua empresa, permanecerá como CEO da Activision durante a transição.
Segundo o The new York Times, a transação pode ser vista como uma vitória para Kotick, que negociou um grande prêmio para os investidores — a Microsoft está pagando US$ 95 por ação, cerca de 45% acima do preço das ações de sua empresa antes do anúncio.
A biblioteca de jogos da Activision, como "Call of Duty" e "Overwatch", também dá à plataforma de jogos Xbox, da Microsoft, uma vantagem sobre o PlayStation, da Sony, que há anos desfruta de um fluxo mais constante de jogos exclusivos.
A Microsoft voltou sua atenção para o segmento de games nos últimos anos. Em 2014, comprou a Mojang Studios, conhecida principalmente pela criação e desenvolvimento de Minecraft, por US$ 2,5 bilhões. E, no ano passado, concluiu uma aquisição de US$ 7,5 bilhões da fabricante de jogos Bethesda.
O acordo também representa uma visão de longo prazo para a Microsoft e planta a bandeira da empresa na batalha emergente pelo domínio do metaverso, a internet de última geração que combina o mundo on-line tradicional com realidade virtual e aumentada.
Reportagem do NYT aponta que a Microsoft ganharia os quase 400 milhões de usuários mensais de jogos da Activision e acesso a alguns dos jogos mais populares do mundo, que devem formar uma pedra angular do metaverso.
Hoje, os mundos virtuais são dominados por jogos, mas a esperança é que eles se expandam para atender a outras demografias e substituir muitas atividades tradicionais de redes sociais on-line.
Isso daria à Microsoft um impulso significativo em particular contra o Facebook, cuja renomeação de sua empresa-mãe para Meta reforçou seu compromisso com o metaverso.
A adição da Activision pode reforçar as ofertas de realidade virtual da unidade Xbox, da Microsoft, uma vez que compete com o sistema Oculus, do Facebook. Já a Activision teria acesso a uma vasta gama de inteligência artificial e outros talentos de programação.
“Os jogos são a categoria mais dinâmica e empolgante de entretenimento em todas as plataformas hoje e desempenharão um papel fundamental no desenvolvimento de plataformas metaverso”, disse Nadella, executivo-chefe da Microsoft, em comunicado.
O acordo também transformaria drasticamente a Microsoft. Apesar de possuir o Xbox e os estúdios por trás do Minecraft e do Halo, a empresa permaneceu amplamente focada em usuários corporativos de software como o Office 365 e especialmente o Azure, seu negócio de computação em nuvem que compete com empresas como Amazon e Google, acrescenta o NYT.
A demanda por videogames aumentou durante a pandemia, à medida que os consumidores presos em casa buscavam mais jogos para se divertir.
Na semana passada, a editora de videogames rival Take-Two Interactive comprou a Zynga, criadora de "FarmVille", em um acordo de US$ 11 bilhões em dinheiro e ações, marcando uma das maiores aquisições do setor de todos os tempos.