Biden abre difícil segundo ano de mandato com entrevista coletiva
Esta será a primeira coletiva de imprensa do ano de Biden e o primeiro evento formal deste tipo desde que viajou para Glasgow no início de novembro
O presidente Joe Biden dará, nesta quarta-feira (19), uma incomum entrevista coletiva para iniciar seu segundo ano de mandato, com a possibilidade de recompor sua agenda diante do que pode ser um revés eleitoral brutal para seu Partido Democrata.
Esta será a primeira coletiva de imprensa do ano de Biden e o primeiro evento formal deste tipo desde que viajou para Glasgow no início de novembro para a cúpula internacional sobre o clima.
O leque de questões que Biden deve enfrentar é enorme: do confronto com a Rússia pelos testes de mísseis da Ucrânia e Coreia do Norte até a inflação nos Estados Unidos e a pandemia da Covid-19, passando pelo que ele mesmo considera uma ameaça à democracia americana por parte de seu antecessor, o republicano Donald Trump.
A coletiva vai dar a partida em um intenso esforço da Casa Branca para virar a página nas últimas semanas, com uma nova narrativa centrada ao que membros do governo se referem como as "muitas conquistas" de Biden em seu primeiro ano na Casa Branca.
A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse a repórteres que o presidente explicará como assumiu o cargo "sob circunstâncias incrivelmente difíceis, lutando contra uma pandemia, uma enorme recessão econômica ... (e) houve muitos progressos".
Na sequência, Psaki apresentou vários quadros e brincou: "Vocês sabem o quanto a gente ama gráficos aqui".
Um deles mostrava que a economia se recuperou do impacto inicial da Covid-19, com um índice de desemprego que caiu de 6,4%, há um ano, para atuais 3,9%. Em outro, via-se que o número de adultos totalmente vacinados aumentou para 74%.
Os números "mostram um contraste muito forte de onde começamos e onde estamos agora", disse Psaki.
"Nosso objetivo é, e acho que vocês vão ouvir o presidente falar disso (...) como construir sobre a base", completou.
Ela não abordou as derrotas mais recentes, como a inflação mais alta em décadas e a Suprema Corte derrubando a obrigatoriedade de vacina nas grandes empresas.
Tampouco se fez referência ao fato de os democratas não terem usado sua apertada maioria no Congresso, na semana passada, para aprovar outra das principais prioridades de Biden: reformas nas leis eleitorais.
Os gráficos de hoje também não incluíram o declínio nos índices de aprovação de Biden de cerca de 55% nos primeiros dias de seu mandato para pouco mais de 42% agora.
A coletiva de imprensa de Biden ocorre na véspera do primeiro aniversário de sua posse, em 20 de janeiro.
Com o tradicional discurso do Estado da União, uma espécie de prestação de contas no Congresso, marcado para 1º de março, o tempo está se esgotando para que Biden consiga mudar o clima antes das eleições legislativas de novembro ("midterms"). Por enquanto, analistas preveem que os republicanos recuperem, com folga, o controle do Legislativo.