Adaptação

'Eduardo e Mônica' leva ao cinema música famosa do Legião Urbana

Alice Braga e o diretor do filme conversaram com a Folha de Pernambuco sobre o longa-metragem, que estreia nesta quinta-feira (20)

Filme "Eduardo e Mônica" - Janine Moraes/Divulgação

"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?". Não é preciso ser obcecado pela Legião Urbana para identificar esse ou algum outro trecho de “Eduardo e Mônica”. Afinal, a música que narra o amor entre a estudante de Medicina que “gostava do Bandeira e do Bauhaus” e o garoto que “jogava futebol-de-botão com seu avô” já está no imaginário popular brasileiro há algumas décadas. Além dos versos escritos por Renato Russo e lançados em 1986, a história agora também ganha as telas de cinema, com um filme que estreia nesta quinta-feira (20).



Filmado em 2018 e lançado após diversos adiamentos, o longa-metragem é dirigido por René Sampaio, também responsável por “Faroeste Caboclo” (2013), que é inspirado em outra canção da mesma banda. O cineasta não esconde que o principal motivo de levar essas letras para o audiovisual é o fato de ser um grande fã do grupo. “Eu sou um ‘legionário’. Nasci e cresci em Brasília, então, a minha vida sempre foi muito Legião Urbana na veia, desde criança”, contou o diretor à Folha de Pernambuco, em entrevista virtual, ao lado da atriz Alice Braga, escolhida para dar vida à Mônica.

Quem são Eduardo e Mônica?

Conhecida por estrelar produções nacionais e em Hollywood, a artista também diz admirar a obra da banda, embora não seja uma especialista no assunto. “Acho que todo adolescente passa por aquele momento que ouve muito Legião. Essa música especificamente, mais até do que as outras, tem um apelo para a família toda. Existe uma relação muito bonita das pessoas com ela, que ultrapassa gerações. Então, para mim, participar disso é a maior honra que eu poderia ter”, afirmou a atriz.
 


Quem divide o posto de protagonista com Alice, interpretando o Eduardo, é o ator Gabriel Leone. A artista conta que ela e o colega buscaram criar laços para além do set de filmagem, com o objetivo de tornar mais crível a relação entre os papéis-título. "A gente sabia que todo mundo tinha que acreditar nesse amor, porque, se não fosse assim, não teria filme. Foi muito importante estarmos conectados. Ele se transformou, de fato, em um grande amigo. É uma pessoa que eu admiro demais, que amo profundamente e com quem aprendi muito nesse processo”, disse. O elenco traz ainda nomes como Otávio Augusto, Juliana Carneiro da Cunha, Victor Lamoglia, Bruna Spínola e Fabrício Boliveira.

Assim como na música homônima, “Eduardo e Mônica” tem a Brasília dos anos 1980 como cenário principal. As cenas foram gravadas na Capital federal, no Rio de Janeiro e na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O roteiro acompanha a construção de um relacionamento improvável. Com idades e personalidades distintas, os tentam vencer as diferenças, brigam, se separam, mas acabam juntos no final. O enredo não foge à narrativa da música, inserindo elementos presentes nela, mas o diretor traz também outras referências e busca mostrar sua visão própria de como seriam os personagens.

“É muito difícil agradar a todo mundo, porque cada pessoa tem um Eduardo e uma Mônica na cabeça. Alguns vão se identificar muito com esses que eu apresento, outros vão achar diferentes e vão amar, e alguns não vão gostar. Acho bom que seja assim, porque o filme também é sobre isso: aceitar e entender que as pessoas podem pensar diferente de você”, explicou o diretor, que diz não temer as reações dos fãs do Legião. “Eles são a melhor coisa que o filme tem, porque dão a certeza de que alguém vai querer ir ao cinema assistir. Gostando ou não do resultado, é gente que gosta do Renato Russo tanto quanto eu. Então, só posso ser feliz com o que qualquer um deles diga sobre esse trabalho”, declarou.