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Ciro muda de estratégia, mira eleitor jovem e se apresenta como 'rebelde' na 'estreia' da campanha

Pedetista vai lançar oficialmente sua pré-candidatura em convenção em Brasília nesta sexta (21)

Ciro afirmou ainda que em seus 40 anos de vida pública nunca foi acusado nem processado por corrupção - José Cruz/Agência Brasil

Às vésperas de lançar sua pré-candidatura à Presidência da República em evento do PDT, na próxima sexta-feira (21), em Brasília, Ciro Gomes lançou nas redes sociais uma nova marca de campanha que deve nortear sua corrida eleitoral nos próximos meses. O marqueteiro João Santana repaginou o temperamento explosivo de Ciro, visto muitas vezes como seu calcanhar de Aquiles, e está apresentando-o como “rebelde” em novas peças de campanha.

"Ciro: A rebeldia da esperança”, diz o slogan divulgado pelo presidenciável em suas redes sociais. “A ansiedade é tanta que decidi antecipar esta logomarca para vocês. Esta frase é mais que um slogan, é o lema da minha vida ! Há mais surpresas na sexta. Vamo que vamos!”, publicou o pedetista.

O novo mote de campanha será apresentado oficialmente na convenção que o partido fará na sexta-feira para lançar a pré-candidatura. A ideia da campanha é apresentar Ciro como um candidato que se insurge contra o sistema político corrompido no país e traz um projeto de governo com propostas transformadoras. O slogan guarda semelhança com um dos livros do ex-presidente americano Barack Obama: "A audácia da esperança".

Para anunciar o evento de lançamento a campanha no pedetista lançou um clipe com estética jovem, em que Ciro aparece caminhando por ruas de periferias do Brasil.  “Sou rebelde porque quero ver mudança, sou rebelde por que sinto esperança”, diz um trecho do jingle, com sonoridade pop, divulgado em suas redes.

A nova fase marca uma mudança de tom na campanha de Ciro. Nos últimos meses, para tentar tirar a pecha de político irascível, seu material de campanha vinha veiculando uma imagem onde ele aparecia sorridente e comedido fazendo acenos à direita e à esquerda. No ano passado, segundo publicou o colunista Lauro Jardim, a campanha de Ciro encomendou uma pesquisa que revelou que ele era mal avaliado nos quesitos "equilíbrio e serenidade" pelo eleitorado. Sua campanha então passou a trabalhar alguma moderação em sua imagem.

Agora, segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, para além do novo adjetivo encontrado para ressignificar a personalidade de Ciro, a “rebeldia” como algo positivo mira um público-alvo que a campanha quer atrair.

"Para além de mostrar o temperamento questionador do Ciro, a gente quer consolidar a campanha entre o público jovem, cuja natureza é a rebeldia, com causa, as críticas ao sistema que está aí", diz Lupi.

Ele diz ainda que a campanha deve seguir no modo “franco atirador”, distribuindo críticas entre o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Sergio Moro (Podemos).

Interlocutores de Ciro articulam ainda uma aproximação com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, visto como nome que poderia somar para pauta anticorrupção por sua atuação no caso do Mensalão.

Na sexta-feira, a convenção do PDT vai contar a filiação do ex-deputado Cabo Daciolo, que afirmou ter desistido de se lançar à disputa pela presidência para apoiar Ciro, após receber “um chamado divino”. Daciolo pode vir a concorrer ao senado pelo partido e é visto como uma ponte com o eleitorado evangélico.