Com Rafael Vitti, filme 'Júpiter' estreia no HBO Max
Longa-metragem de Marco Abujamra conta também com o ator Orã Figueiredo entre os protagonistas
Rafael Vitti está prestes a voltar à TV como o galã de “Além da Ilusão”, próxima novela de época da Globo, prevista para o dia 7 de fevereiro. Mas antes disso ele pode ser visto no streaming em “Júpiter”, seu primeiro filme como protagonista, que estreia nesta quinta-feira (20) no HBO Max.
No longa-metragem dirigido e roteirizado por Marco Abujamra, o ator vive o personagem-título. Júpiter é um adolescente de 17 anos que, após perder a mãe, é deixado pela madrinha na casa do pai, que até então não conhecia. Orã Figueiredo interpreta Mario, um homem de 50 anos surpreendido com a repentina aparição de um filho cuja existência ele ignorava.
Detetive particular especializado em investigar casos de adultério, Mario sofre um infarto após ser perseguido por um de seus alvos. Ao ser liberado do hospital e voltar para casa, ele se depara com a presença do fruto de sua própria “pulada de cerca”. A descoberta só complica seu relacionamento com Teresa (Guta Stresser), com quem é casado há 25 anos.
Em entrevista à Folha de Pernambuco, Marco Abujamra conta que a história nasceu da vontade de falar sobre novos arranjos familiares em uma produção audiovisual. “Eu acho que esse é um assunto ainda pouco abordado, porque a gente ainda tem uma visão muito tradicionalista do que é uma família”, comenta o cineasta, que revela ter pensado no nome de Orã para um dos papéis principais quando ainda estava desenvolvendo o roteiro.
“Já trabalhamos juntos e somos amigos há mais de 20 anos. Quando estava no meio da escrita, percebi que o personagem só poderia ser feito por ele. A partir de então, passei a visualizar sempre o Mario com o rosto do Orã”, relembra o diretor. O ator diz que, ao saber que o papel estava sendo desenvolvido para ele, não teve como recusar o convite para participar do filme. “Foi um presente que caiu no meu colo”, comemora.
Na trama, Mario se vê obrigado a conviver e cuidar de um completo desconhecido. O estranhamento com a paternidade súbita e o choque de gerações são inevitáveis. O novo pai tenta fazer do filho, que ainda não sabe qual caminho profissional seguir, um detetive como ele. O jovem, no entanto, não apresenta muita habilidade para a função, o que traz ainda mais frustração para o investigador particular.
“O Mario é aquele homem que parou no tempo. Ele começou a trabalhar muito cedo, mas continua no mesmo lugar, com o mesmo discurso e a mesma dificuldade de lidar com os próprios sentimentos. Já o Júpiter é, essencialmente, uma pessoa boa. Está sempre tentando fazer o melhor, por mais que se atrapalhe, e tem um caráter muito forte. Apesar de falar pouco, ele coloca tudo o que observou de maneira muito contundente, nos momentos necessários”, detalha Abujamra.
Embora tenham personalidades distintas, os protagonistas conseguem encontrar algo em comum: o gosto pelo xadrez. Ao notar em Júpiter uma surpreendente aptidão para o jogo, Mario percebe a possibilidade de realizar seus sonhos frustrados através do filho. O adolescente, no entanto, passa a ficar dividido entre agradar o pai e “se jogar de cabeça” em uma paixão.
O filme acompanha o processo de amadurecimento dos personagens centrais, que acabam estreitando os laços e aprendendo um com o outro sobre afeto. “A chegada do Júpiter traz a vida para o Mario. Aos poucos, ele vai sendo transformado. Acho que esse é o grande lance do filme”, pontua Orã.