Intel investirá US$ 20 bi em duas novas fábricas de chips nos EUA
Com início de operações previstas para 2025, unidades ainda não ajudam a resolver problema atual de baixa oferta global do item
A Intel vai investir US$ 20 bilhões em duas novas fábricas em Ohio, nos Estados Unidos, para produzir chips avançados, informou a companhia nesta sexta-feira, num primeiro passo para construção de um "megaparque fabril" que poderá acomodar com oito fábricas de chips a um custo total de US$ 100 bilhões.
O investimento inclui a geração de três mil empregos permanentes e sete mil empregos durante as obras no terreno localizado no município de Licking, nos arredores de Columbus.
O diretor executivo da companhia, Pat Gelsinger lidera os planos da Intel para crescer, especialmente na Europa e nos EUA, enquanto busca ganhar competitividade contra concorrentes globais e trazer uma resposta para a queda mundial na oferta de microchips.
"Essas fábricas vão criar um novo epicentro para a produção avançada de chips nos EUA, que irá reforçar a ponte entre o laboratório da companhia no país e a fábrica", disse o executivo em um comunicado.
Fabricantes de chips se esforçam para aumentar a produção depois que a indústria global, de montadores à de eletrônicos, enfrentaram falta do item. Para a Intel, o empenho tem a ver também com a tentativa de recuperar sua posição de liderança na fabricação dos menores e mais rápidos chips da taiwanesa TSMC.
O projeto das novas fábricas, porém, não vai aliviar o problema atual na oferta de chips, porque um complexo industrial dessa proporção leva anos para ser erguido. Anteriormente, Gelsinger havia declarado que estimava que a falta de chips perdurasse até 2023.
Em setembro, a Intel inaugurou duas fábricas no estado do Arizona como parte de seu plano de reestruturação para se tornar o maior produtor de chips para clientes estrangeiros. As unidades que terão aporte de US$ 20 bilhões vai elevar para seis o total de fábricas da Intel em seu campus de Chandler, no subúrbio de Phoenix, no Arizona.
As obras das duas fábricas devem ter início no fim de 2022, com a previsão de início de produção em 2025, segundo a companhia.
O governo do presidente Joe Biden quer que o Congresso aprove US$ 52 bilhões para ampliar a produção de semicondutores nos Estados Unidos. O Senado passou uma medida em junho último, mas ela está parada na Câmara dos Deputados.
Mais cedo nesta sexta-feira, Biden fez comentários sobre os esforços do governo americano "para aumentar o fornecimento de semicondutores, produzir mais nos Estados Unidos e reconstruir nossas cadeias de suprimentos", disse a Casa Branca.
Segundo Biden, trata-se de "um investimento verdadeiramente histórico nos Estados Unidos para os trabalhadores americanos".
O presidente prometeu que seu governo continuará "usando todas as ferramentas disponíveis (...) para reforçar a resiliência econômica e fabricar mais nos Estados Unidos".
"No fim, trata-se de segurança nacional, de segurança econômica", indicou Biden, que atribui a inflação americana a falta de produtos, como os semicondutores, que reduzem a produção e encarecem as mercadorias.
Segundo a Intel, estava agendada para esta sexta-feira um encontro entre Gelsinger e Biden.
Desde o início de 2021, a indústria dos semicondutores anunciou quase US$ 80 bilhões em novos investimentos nos Estados Unidos até 2025, segundo dados da federação da indústria citados pela Casa Branca.
"Os consumidores americanos podem esperar preços mais baixos à medida que levemos para casa a produção dos semicondutores que impulsionam a nossa economia", afirmou a secretária de Comércio, Gina Raimondo.
No entanto, devido aos atrasos no início da produção, os anúncios terão pouco efeito sobre a inflação a curto prazo.