Conheça a importância da produção de queijo no mundo
Um dos ingredientes mais apreciados ao redor do mundo tem um dia no calendário gastrô para chamar de seu
Janeiro é considerado o mês do queijo. Isso porque no último dia 20 o produto lácteo celebrou a data instituída para exaltar sua fabricação, venda e consumo ao redor do mundo. Uma justa homenagem a um tipo de produção que arrebata curiosos e apreciadores de todas as partes há, pelo menos, mais de dez mil anos.
Embora a questão histórica não seja um consenso entre os pesquisadores, sabe-se que este é um dos alimentos mais antigos da humanidade. Mas, dando um salto desse começo, os livros de gastronomia contam que os primeiros europeus que produziram queijo foram os gregos com leite de cabra e de ovelha. Depois, o consumo pelos romanos. No entanto, o declínio do Império Romano favoreceu a diversificação por toda a Europa, por conta da diminuição do comércio de longa distância. Não à toa, vários produtos recebem o nome da sua região de origem até hoje.
Consumo na pandemia
Ao longo do tempo, o consumo só fez aumentar e se distribuir ao redor do mundo. Um recorte mais recente garante que esse tipo de produto vem experimentando tempos áureos desde o início da pandemia. Foi o que definiu uma pesquisa desenvolvida pela Tetra Pak, em parceria com a consultoria global de mercado Lexis Research, em torno do consumo no Brasil. Pelo menos 46% dos entrevistados afirmaram ter aumentado a ingestão desse alimento de 2020 para cá.
Já entre as estatísticas divulgadas pelo IBGE, o público tem forte preferência por muçarela, queijo minas, requeijão e queijo prato. No entanto, o contexto regional provoca, sim, diferenças nesse hábito à mesa. Não à toa, o queridinho do Nordeste é o coalho, não só pelo sabor, mas pelo valor mais acessível.
Produção local
Ainda sentindo os efeitos das restrições impostas pela pandemia, a pesquisadora e responsável técnica da marca Campo da Serra, com fábrica no município de Pombos, na Zona da Mata de Pernambuco resume o mercado de 2021 em 30% mais baixo se comparado com 2019. O que já é um avanço, se a mesma comparação for com 2020. As portas estão se reabrindo e os clientes retomando o consumo com uma demanda em específico.
“Na linha fresca, um dos mais vendidos é o iogurte natural, à base de leite e lactobacilos, sem qualquer conservante. Isso sem falar nos produtos sem lactose, como minas e coalho sem lactose, em uma preferência muito ligada à saúde”, destaca Vitória, lembrando ainda de outras preferências premium. “Tem o boursin, cujo leite de cabra tem uma digestibilidade maior do que a de vaca e os nutricionistas valorizam esse diferencial. Pode ser utilizado numa pastinha, num canapé ou mesmo nos sanduíches, sendo muito indicado para pessoas com colesterol”, conclui.
É o chamado queijo vivo, que vai ganhando um público cativo, por serem livres de aditivos. “Mas, claro, há muito espaço para os itens maturados e nós trabalhamos com a classificação ouro, prata e bronze, que varia no tempo de maturação, que pode ter média de um ano”, explica.
Importância na gastronomia
Ele até pode ser um item independente, harmonizado com vinho. Mas quando bem utilizado na cozinha, acontece o que o chef Duca Lapenda acredita como aproveitamento máximo do produto. Não à toa, estamos falando de um item essencial na culinária italiana, que é a sua base gastronômica. “Na Itália, há centenas de variedades distribuídas em cada região e com a peculiaridade de cada produtor. Tem os de casca dura, os curados, a ricota, o taleggio, tem queijo de ovelha, o pecorino”, resume.
A melhor forma de utilização varia de acordo com a receita. “Os frescos, suaves, eu utilizo como recheio de massas ou em saladas. Uma ricota de cabra, como recheio de um ravióli, é maravilhosa. Também pode compor uma lasanha de berinjela, por exemplo. Já os queijos curados e fortes, os duros, são bons para ralar. Os defumados, como provolone, eu gosto de utilizar em molhos. Um gorgonzola é bom para comer com frutas, colocar em cremes e para complementar molhos, seja lascas ou pedaços”, ensina o especialista.