Conflito

Rússia quer diálogo, e 'não guerra', na crise com Ucrânia, diz ministro

"Se depender da Rússia, não haverá guerra. Mas tampouco vamos permitir que nossos interesses sejam grosseiramente ultrajados, ignorados", declarou Lavrov

Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov - Handout / RUSSIAN FOREIGN MINISTRY / AFP

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, disse nesta sexta-feira (28) que deseja que a diplomacia prevaleça, e "não a guerra", depois que os Estados Unidos pediram à Rússia que "volte à mesa de negociações" e não invada a Ucrânia.

"Escolhemos a via da diplomacia há muitas décadas", declarou Lavrov, em entrevista transmitida por várias estações de rádio e televisão russas.

"Tem que trabalhar com todo o mundo. Esse é o nosso princípio", enfatizou.

"Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas tampouco vamos permitir que nossos interesses sejam grosseiramente ultrajados, ignorados", frisou.

Pelo menos 100 mil soldados russos estão concentrados na fronteira com a Ucrânia desde o final de 2021, segundo estimativas de países ocidentais, que temem que Moscou invada o território vizinho, com um governo pró-Ocidente.

A Rússia nega qualquer plano de invadir a Ucrânia, mas se considera ameaçada pela expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) registrada nos últimos 20 anos e pelo apoio que os países ocidentais dão à Ucrânia.

O Kremlin exige que a OTAN pare de se expandir, sobretudo, com uma eventual adesão da Ucrânia, e pede o recuo militar para as posições de 1997.

Na quarta-feira, os Estados Unidos e a Aliança Atlântica rejeitaram formalmente estas demandas. Abriram a porta, no entanto, para a retomada das negociações sobre limites recíprocos para a instalação de mísseis de curto e médio alcance por parte das duas potências nucleares na Europa, assim como sobre os exercícios militares nas proximidades do rival. 

A Rússia mostrou reservas quanto a isso e disse que está preparando uma reação.

Nesta sexta-feira, Lavrov disse ainda ter encontrado "sementes de racionalidade" na resposta ocidental, "em temas de importância secundária". 

Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente francês, Emmanuel Macron, conversarão ainda hoje.