Moro diz que recebeu R$ 242,5 mil por mês de consultoria e desafia Bolsonaro e Lula a abrirem contas
Em transmissão ao vivo, ex-juiz revelou ainda que recebeu um bônus que equivale a cerca de R$ 800 mil
O ex-ministro e ex-juiz federal Sergio Moro revelou, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, nesta sexta-feira, que recebeu US$ 45 mil por mês, o que equivale a R$ 242,5 mil, pelo trabalho prestado para a consultoria internacional Alvarez & Marsal, onde trabalhou durante cerca de um ano.
Na live, Moro contou que recebeu, além dos US$ 45 mil dólares por mês, recebeu um bônus de US$ 150 mil.
Ele expôs o recibo com os valores que recebeu e disse que todas as quantias foram declaradas. Os valores foram pagos para o ex-ministro através de uma empresa em seu nome, a Moro Consultoria.
- Não tem nada de errado o que eu fiz no passado, mas vamos ser transparentes para iniciar uma nova era para que todos revelem todos os fatos. Esse processo do TCU é um abuso - afirmou, antes de revelar as quantias.
Ele reconheceu que recebeu um "salário bom" para os padrões dos Estados Unidos e para função que ocupava, mas disse que está "longe de ter enriquecido" com o trabalho.
Ele fez menção do processo no Tribunal de Contas da União que apura se houve conflito de interesse na sua contratação pela empresa, que também atuou na recuperação judicial do grupo Odebrecht e da OAS, alvos da Operação Lava Jato.
Em outros momentos da live, Moro provocou adversários políticos. Ele disse que o ex-presidente Lula deveria expor os valores recebidos por palestras feitas pelo petista no passado.
Também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deve abrir as "contas da rachadinha" do período em que atuou como deputado federal e também de seus filhos.
— Se exigiram de mim ser transparente, que o Lula e o Bolsonaro sejam transparentes também, em rachadinha, em gabinete, em conta do sítio de Atibaia e as contas das palestras recebidas pelo Lula. Vamos abrir a campanha 'abre as contas Bolso-Lula — declarou Moro.
O ex-juiz, que alega não ter enriquecido na vida pública ou privada, reconheceu que recebeu um "salário bom" para os padrões dos Estados Unidos e para função que ocupava, mas disse que está "longe de ter enriquecido" com o trabalho.
— Para evitar qualquer confusão eu pedi para colocar uma cláusula dizendo especificamente que eu não prestaria nenhum serviço para empresa envolvida na Lava Jato. Está no Congresso, dito expressamente — acrescentou Moro.
O trecho mencionado por ele e lido em voz alta pelo deputado Kim Kataguiri, que acompanhou Moro durante toda a transmissão, cita nominalmente a Odebrecht como uma das empresas vetadas para sua atuação.
Os documentos apresentados por Moro foram disponibilizados por ele nas redes sociais.