Quer se profissionalizar em gastronomia? Saiba por onde começar
Entre cursos livres, turmas técnicas e formação superior, há um caminho de conhecimento extenso ligado ao contexto culinário
É na expectativa de construir uma carreira profissional em 2022, que muita gente atenta à gastronomia planeja aprimorar talentos, rever conhecimentos ou mesmo adquirir formação técnica ou superior na área. Um flerte capaz de render caminhos que vão do empreendedorismo ao simples prazer de cozinhar mais e melhor.
A vez dos cursos livres
Quando o objetivo é revisão de técnica e troca de conhecimento, os chamados cursos livres atendem uma necessidade específica de quem já tem um pé na cozinha. Para se ter uma ideia, o chef Pedro Godoy lançou o seu Arvo Ateliê, no primeiro andar do restaurante, ano passado, voltado para a criatividade em vários eixos. Há aula sobre fermentação natural, cozinha oriental, coquetelaria, entre outros assuntos discutidos na prática.
O projeto é maturado por Godoy desde o tempo em que o Recife abrigava a Oficina de Chefs, no bairro do Rosarinho, em 2015, com sua proposta de escola de gastronomia. “Fui professor e me apaixonei por dividir conhecimento, gostava muito de feedbacks como, ‘ah, que jantar massa eu fiz em casa’”, lembra. Com a própria estrutura montada, enfim, vem trazendo especialistas em diferentes temas na intenção de movimentar o mercado. “A gente recebe desde o público apaixonado pela gastronomia, ligado ao contexto mais caseiro, a profissionais como garçons, sommeliers e funcionários de outras casas”, detalha.
Já a empresária e confeiteira Paula Ardanza criou o curso online “Formação Confeiteiro 1.0 - versão bolos”, a partir da carência de informações na área. “Quando eu comecei na Cake & Bake, saindo da gestão e assumindo a produção, eu não tinha acesso a esse tipo de conteúdo aqui no Recife, a não ser envolvendo a nossa doçaria, como bolo de rolo, doce de tacho e bolo de noiva pernambucano. Mas, sem desvalorizar, eu queria ir além, trazendo a técnica francesa para o universo da boleria”, justifica. Para facilitar a vida dos alunos, montou programação virtual, passando por métodos, práticas e estudo de recheios. São mais de 15 bolos, mais de 120 aulas e mais de 60 horas de conteúdo, incluindo ainda uma parte voltada para gestão, atendendo quem pretende empreender.
Mercado reinventado
Segundo o professor de Gastronomia da Faculdade Senac-PE, Robson Lustosa, os cursos livres, realizados diretamente com profissionais, tornaram-se fortes correntes, porque o perfil do público consumidor mudou. “O cliente não vai apenas pra aprender uma técnica ou um conceito, ele vai atrás do curso para viver uma experiência gastronômica que é possibilitada num amálgama de cultura do conhecimento e da comensalidade”, opina. Para ele, a demanda cresceu ainda apoiada pela cultura digital.
Quem notou transformações foi Luciana Luna, da La Luna Gastromia, que existe há dez anos. Com a pademia, a estrutura foi se voltando para o fornecimento de salgados, doces e massas artesanais. No entanto, nos últimos meses alguns cursos retornaram à grade, como uma espécie de hobby. “A demanda diminuiu muito, mas ainda damos cursos para turmas pequenas de até dez pessoas em formação técnica. A maioria do público hoje se interessa por ter uma segunda fonte de renda”, analisa Luciana, que trabalha com capacitação em cozinha quente, doces, culinária chinesa, massas, risotos italianos e outros.
No contexto da graduação
É possível cursar bacharelado em Gastronomia, por quatro anos, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A grade é diferente dos cursos para tecnólogos, com duração de dois anos e foco maior nos conhecimentos práticos. É assim na UniFBV, que tinha Hotelaria com ênfase em Gastronomia em 2005 até desmembrar em 2012. Desde então, houve uma crescente nas vagas até a chegada da pandemia, quando o público oscilou.
“Porque quem vem busca aquela rotina com o fogão e a gente manteve isso ao longo desses dez anos, colocando, em média 20 alunos na cozinha, com a instrução de chefs consultores que estão no mercado”, resumiu a coordenadora Isabella Jaroc. Uma característica marcante no momento é a vontade de empreender - que sempre existiu - mas segue mais forte. Ainda segundo Isabella, há interesse tanto por quem concluiu o ensino médio, quanto pelos mais velhos interessados em abrir o próprio negócio.
Onde estudar no Recife
Senac-PE
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UniFBV
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Arvo Ateliê
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Mais Informações: 99673.7122
UFRPE
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La Luna Escola Gastronômica
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Mais informações 3428.9200
Padeirão
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Mais informações: 3073.4555
Anna Corina Confeitaria
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Mais informações: 99414.4024
Formação Confeiteiro 1.0
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