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Bia Haddad diz que quer curtir momento, após derrota no Aberto da Austrália

Brasileira disputou a final do torneio de duplas, ao lado de Anna Danilina, do Cazaquistão

Bia Haddad chegou até a final de duplas no Aberto da Austrália - Brandon Malone/AFP

Nada de baixar a cabeça. É o lema de Bia Haddad após a final do torneio de duplas do Aberto da Austrália. Ao lado da cazaque Anna Danilina, ela foi derrotada pelas tchecas Barbora Krejcikova e Katerina Siniakova por 2 sets a 1. Terceira brasileira finalista de um Grand Slam (depois de Maria Esther Bueno e de Claudia Monteiro) ela se disse orgulhosa por ajudar a trazer visibilidade para o esporte entre mulheres no pais e valorizou o fato de saber lidar com a pressão por resultados.

"Não é fácil ser uma promessa desde os 14 anos (hoje ela tem 25). Chegaram a me chamar de (Maria) Sharapova brasileira", disse a tenista, referindo-se à russa que chegou a liderar o ranking mundial de simples nos anos 2000. "A gente vive em um país de muita cobrança, mas não posso viver minha vida pensando nos outros. Fico feliz de quebrar tabus, contribuir para o tênis feminino, mas só estou curtindo muito o momento.

E o momento é para ser curtido. Ao lado de Danilina, Bia emplacou uma sequência de nove vitórias seguidas, com direito à conquista do WTA250 de Sidney, que serve de preparação para o Aberto da Austrália. Agora, quer dar sequência a dupla com a cazaque.

Esta reação veio depois de Bia recomeçar praticamente do zero, quando foi suspensa por doping em julho de 2019. Ela chegou a cair para 1.342 do ranking. Depois disso, ainda parou por três meses por causa de uma cirurgia de retirada de um tumor num dedo da mão esquerda.

"Na premiação ali não consegui falar muito racionalmente. Para mim é muito claro as pessoas que estão comigo. No ano passado passei mais de nove meses sozinha, com meu treinador Rafael. E vocês não tem noção, a gente abre mão de tudo que vocês possam imaginar. No final acabei dedicando ali para ele, porque só quem está no dia a dia sabe. Para mim foi muito duro. Voltar de quatro cirurgias, doping, de um tumor no meu dedo. É muita coisa que passa na cabeça, muita gente criticando, muita cobrança e o Rafa estava lá comigo. É um cara muito especial, o tênis brasileiro precisa ter esse cara em bastante tempo", disse, destacando a parceria com o técnico Rafael Pacciaroni.