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Principais pontos do relatório sobre as festas em Downing Street durante o confinamento

O relatório foi encomendado no início de dezembro pelo primeiro-ministro Boris Johnson

Primeiro-ministro britânico Boris Johnson - Eduardo Munoz / AFP/ Pool

Encomendado no início de dezembro por Boris Johnson, o relatório interno sobre as supostas festas realizadas em Downing Street, a sede dos escritórios e residência oficial do primeiro-ministro britânico, durante os períodos de confinamento, denuncia "falhas de liderança". Estes são seus pontos principais.

Objetivo do relatório
O principal objetivo desta investigação interna, condensada em 12 páginas e realizada pela alta funcionária Sue Gray, reconhecida por sua integridade, era lançar luz sobre a natureza destas "reuniões" quando as normas anticovid proibiam a socialização. Gray escreveu, contudo, que não é sua responsabilidade determinar se houve alguma infração legal, porque isso corresponde à polícia.

Dezesseis reuniões analisadas 
Um total de 16 reuniões entre maio de 2020 e abril de 2021, que provocaram um rebuliço midiático nas últimas semanas, estão no foco desta investigação interna.

Assim, o relatório analisa uma foto em que se vê Johnson, sua esposa e seus funcionários compartilhando tábuas de queijo e taças de vinho nos jardins de Downing Street durante o primeiro lockdown, em 15 de maio de 2020.

Outro encontro aconteceu em 20 de maio, quando cerca de 100 pessoas foram convidadas pelo secretário particular de Johnson aos jardins da residência do primeiro-ministro. O premiê esteve por um curto período no local, afirmando depois que pensava se tratar de uma reunião de trabalho.

Além de festas de despedida para altos funcionários, o documento também cita uma comemoração surpresa de aniversário para Boris Johnson em junho, uma reunião prévia ao Natal e outros dois eventos que ocorreram na véspera do funeral do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, em abril de 2021.

Por sua vez, a polícia está investigando 12 dessas festas e, por isso, pediu a Gray que as mencionasse apenas "minimamente" para evitar interferências. "Infelizmente, isso significa que estou necessariamente muito limitada sobre o que posso dizer sobre esses acontecimentos", enfatiza a funcionária.

O método
Como parte da investigação administrativa foram entrevistadas mais de 70 pessoas e diversos documentos foram analisados, como e-mails, mensagens de WhatsApp e SMS, fotografias e registros de entradas e saídas de edifícios oficiais.

Conclusões
O governo havia pedido aos britânicos que reduzissem drasticamente suas interações sociais e, nesse contexto, "alguns dos comportamentos que cercam essas reuniões eram dificilmente justificáveis", considera Gray.

A funcionária aponta "falhas de liderança e de julgamento por diferentes partes de Downing Street e do Escritório do Gabinete em diferentes momentos".

Seu relatório também critica o "consumo excessivo e inapropriado" de álcool ao invés de trabalho, e pede que cada departamento tenha uma "política clara e sólida" a respeito.

Ademais, Gray assinala que, com o aumento nos últimos anos do número de pessoas que trabalham em Downing Street, a liderança não acompanhou o ritmo e continua "fragmentada", o que dá lugar a "linhas borradas de responsabilidade".

É preciso aprender "imediatamente" lições importantes, que não necessitam esperar pelas conclusões da polícia, insiste.