RIO DE JANEIRO

Justiça decreta as prisões de três homens que espancaram congolês até a morte em quiosque

O trio de agressores foi identificado pelo proprietário do Tropicalia através de apelidos

As imagens mostram o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe sendo agredido por três homens - Reprodução

A Justiça decretou as prisões temporárias dos três suspeitos de terem espancado até a morte o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, na semana passada, no quiosque Tropicalia, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Fábio Pirineus da Silva, o Belo, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, e Brendon Alexander Luz da Silva, conhecido como Totta, estão detidos desde terça-feira na Delegacia de Homicídios da capital (DHC).

As prisões foram decretadas no plantão judiciário noturno pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, após pedido feito pela DHC. Os três foram flagrados por câmeras de segurança cometendo os crimes.

A promotora Bianca Chagas deu parecer favorável ao pedido de prisão e ressaltou a crueldade do crime: "Frise-se, ainda, que as imagens comprovam toda a ação delituosa em seu mais alto grau de crueldade, perversidade e desprezo pela vida – o bem jurídico mais importante de todo ordenamento”, escreveu ela.

O trio de agressores foi identificado pelo proprietário do Tropicalia através de apelidos. O proprietário, que não estava no local no momento das agressões, cedeu as imagens de câmeras de segurança para a polícia e não teve participação no crime, de acordo com os investigadores.
 

Belo e Totta trabalhavam em barracas na areia da praia. Dezenove era funcionário do quiosque vizinho. Os três alegam que teriam agredido Moïse, que, segundo eles, já estaria embriagado, após o congolês tentar pegar cervejas da geladeira do Tropicalia. A vítima havia se refugiado no Brasil em 2011, fugindo dos conflitos armados que assolam a República Democrática do Congo há décadas.