Violência

Caso Moïse: Testemunhas afirmam que chamaram guardas municipais, que ignoraram o caso

Em depoimento à polícia, casal relatou que tentou ajudar a vítima

Agressores usaram pedaço de pau - Reprodução

Um casal, testemunhas do espancamento até a morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, afirmou, em depoimento à Polícia Civil, ter alertado dois guardas municipais sobre as agressões que estavam ocorrendo no quiosque Tropicália, mas não foram atendidos pelos agentes, que não se dirigiram ao local apontado por eles. Sem sucesso, os dois ainda tentaram por si mesmos ajudar Moïse, mas já era tarde demais.

Uma das testemunhas é a moça de branco que aparece ao fim das imagens da agressão, tentando socorrer a vítima. Na noite do dia 24 de janeiro, ela estava na praia da Barra da Tijuca com o marido e dois primos pequenos durante a noite, quando por volta das 22h resolveu comprar um refrigerante no Tropicália.


Ao chegar no local, viu três homens agredindo um rapaz negro caído no chão. Um dos agressores teria dito para ela não olhar para eles, pois "ele estaria assaltando pessoas e eles queriam dar um corretivo".

Enquanto isso, dentro do Tropicália, uma atendente assistia a cena nervosa e disse a mulher que havia pedido para os três agressores pararem, mas eles se negaram.

Nisso, ela chamou o marido para ambos tentarem ajudar Moïse e abordaram os agentes da Guarda Municipal, apontando a confusão, mas a dupla teria passado direto e não interviu. O casal então foi novamente ao quiosque, onde viram Moïse com sinais vitais fracos. Foi quando um dos agressores, Aleson Fonseca, o 19, mandou ambos se afastarem da vítima.

— A gente falou pra eles do ocorrido, do que estava acontecendo mais a frente e eles falaram que iam ver, só que eles passaram direto — disse o homem.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública, responsável pela Guarda Municipal, informou em nota que está totalmente à disposição da Polícia desde o ocorrido e, certamente, havendo algo nesse sentido, o delegado responsável pelo caso acionará o município.

A Polícia Civil foi procurada para se manifestar a respeito, mas ainda não respondeu. Assim que o fizer, a reportagem será atualizada.