'O estado brasileiro era responsável pela proteção de Moïse', diz embaixador congolês
Segundo o embaixador, o assassinato foi 'uma notícia terrível para todos os congoleses que estão no Brasil ou na República Democrática do Congo'
O embaixador da República Democrática do Congo no Brasil, Mutombo Bakafwa Nsenda, pede que a justiça seja feita no caso de Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, morto na semana passada na Barra da Tijuca. Ele reforça que a proteção de Moïse era de responsabilidade do estado brasileiro.
Segundo o embaixador, o assassinato foi “uma notícia terrível para todos os congoleses que estão no Brasil ou na República Democrática do Congo”.
"Recebemos a notícia como uma bomba, sobretudo pela maneira como ele foi morto. Nos entristeceu muito. Pensamos que no Brasil todos devem estar sob a proteção do estado e quando um evento assim acontece, é muito triste. Esperamos que a Justiça brasileira vá, dessa vez, fazer seu trabalho para que os responsáveis sejam presos, julgados e punidos", afirmou Nsenda.
Questionado sobre se o Brasil seria um lugar perigoso para os congoleses ele disse que é uma “resposta difícil”, mas que, em seis anos como embaixador no país, ele tomou conhecimento da “morte de cinco compatriotas” e os casos continuam sem solução.
"O governo deve dar sua posição sobre esse caso porque Moïse chegou ao Brasil e pediu o refúgio, e quando somos refugiados num país estamos sob a proteção desse país. Ou seja, o estado brasileiro era responsável pela proteção de Moïse, como é responsável pela proteção de todo cidadão. Dele não podemos esquecer porque há vídeos circulando por todos os lugares e podemos ver os rostos de quem o matou. São imagens difíceis de ver."
Agora, o embaixador espera o caso seja investigado, os responsáveis punidos e que a família do refugiado, que também está no Brasil, seja cuidada pelo estado brasileiro.
"É o que pedimos, nada além de justiça", afirma Mutombo Bakafwa Nsenda.