Enfermeira injeta agulha, mas não vacina criança contra a Covid; Prefeitura de Campos admite erro
Quando registrou o momento da vacinação, Cristiane não atentou para detalhes da imagem. Foi só quando postou o vídeo em suas redes sociais que uma prima fez o alerta
A Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, vai revacinar uma criança de 8 anos, após análise do vídeo que mostra uma profissional de saúde aplicando a seringa no braço do menino e retirando logo em seguida, mas sem empurrar o êmbolo até o final.
Quando percebeu que o filho, Nycollas, não tinha recebido de forma correta a vacina contra a Covid-19 no ponto de vacinação da Cidade da Criança Zilda Arns, no bairro Parque Alzira Vargas, na manhã desta quinta-feira, a dona de casa Cristiane Lopes, de 29 anos, retornou à unidade com o vídeo que tinha feito do momento da imunização.
Após o vídeo ser analisado, ela conta que recebeu uma ligação da Secretaria municipal de Saúde para que leve o menino na próxima terça-feira para ser finalmente vacinado.
Quando registrou o momento da vacinação, Cristiane não atentou para detalhes da imagem. Foi só quando postou o vídeo em suas redes sociais que uma prima fez o alerta.
"Estava tão feliz por ele estar sendo vacinado que nem percebi. Quando minha prima mandou mensagem, olhei o vídeo e observei que a vacina não tinha sido aplicada. Liguei para o meu marido e ele disse para eu voltar lá. Antes, paramos na rodoviária para lanchar. Lá funciona um posto de vacinação para adultos e eu mostrei o vídeo para os profissionais de saúde. Eles confirmaram que meu filho não tinha sido vacinado", conta Cristiane, que mora a aproximadamente 45 quilômetros do ponto de vacinação. "Fui de moto até a BR-101. São seis quilômetros. Depois, deixei a moto na BR para pegar ônibus até o Centro."
O vídeo da suposta imunização de Nycollas viralizou nas redes sociais. Cristiane voltou ao posto com o filho e a cunhada, mas a profissional que havia aplicado a seringa no menino não estava mais lá.
"Duas profissionais saíram correndo quando entrei com minha cunhada e disse o que estava acontecendo. Depois, fui chamada para conversar. Falei com um epidemiologista por telefone, ele pediu desculpa pelo transtorno e disse que as imagens estavam sendo analisadas. A profissional que aplicou no meu filho estava em reunião. À tarde, entraram em contato comigo da Secretaria municipal de Saúde, me pedindo para comparecer na terça com meu filho para ele ser vacinado porque já foi comprovado que ele não foi vacinado."
Segundo o subsecretário de Comunicação de Campos, Luiz Costa, em caso de dúvidas na imunização, a norma técnica determina que a criança seja revacinada.
"A Divisão de Imunização fez contato com ela e ela vai retornar na terça porque, como há dúvida na imunização e o objetivo é garantir a segurança das crianças, a norma técnica é fazer a revacinação. A profissional foi identificada e já conversou com uma equipe da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde", disse.
"A criança foi furada sem líquido e agora semana que vem vai ter que ser furada novamente. Não poderia aplicar a vacina no menino?", questionou Geane Norato, cunhada de Cristiane, que acompanhou a dona de casa quando ela voltou ao ponto de vacinação.
Cristiane faz um alerta para que mães fiquem atentas quando levarem seus filhos aos pontos de vacinação.
"Fui com intuito de imunizar meu filho, fazer minha parte como cidadã e saí com esse transtorno. Prestem atenção porque são em pequenos detalhes que as coisas acontecem por muito pouco. Às vezes, até o profissional, por cansaço ou exaustão física ou mental, deixa passar despercebido alguma coisa. Filmem porque, às vezes, tem detalhes que não aparecem em fotos. Errar é humano. Creio que ela não fez por mal. Ainda acredito na humanidade. Quem sou eu para não perdoar?", completa.