Negócios

Grupo russo comprará fábrica de fertilizantes da Petrobras, informa ministra da Agricultura

Um dos principais temas da visita de Bolsonaro à Rússia, negociações para a venda da planta da estatal acabam de ser concluídas

reprodução/vídeo Acron

O grupo russo Acron vai comprar a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras, que fica em Três Lagoas (MS). O anúncio foi feito na Câmara de Vereadores do município, nesta sexta-feira (4), pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. 

A ministra disse ter sido informada sobre a conclusão da negociação, no momento em que chegou a Três Lagoas, pelo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Segundo ela, a venda da fábrica de fertilizantes da Petrobras para a empresa Acron estava sendo discutida há algum tempo e é um dos principais pontos da agenda que será tratada pelo presidente Jair Bolsonaro em viagem a Moscou, dentro de dez dias. 

— O presidente Bolsonaro acabou de me ligar feliz da vida e desejando muito sucesso a Três Lagoas. A agricultura brasileira vai ganhar muito com a implantação dessa fábrica, que produz nitrogenados e ureia, para que nos tornemos menos dependentes da importação desses nutrientes — afirmou Tereza Cristina.  

As obras para a construção da UFN3 estarão paradas desde dezembro de 2014 e a Petrobras colocou a planta à venda em 2017, alegando que queria sair da ´área de fertilizantes. A Acron chegou a demonstrar interesse, mas desistiu, devido à dependência do fornecimento de gás natural pela Bolívia. 

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, explicou que, após a confirmação da compra da planta pelo grupo russo, a Petrobras deve emitir um fato relevante ao mercado, divulgando as condições da negociação. Ele ressaltou que a Acron é referência mundial na produção e exportação de fertilizantes. 

Conforme Verruck, o fato relevante ao mercado deve ser apresentado na próxima semana. Depois disso, a Petrobras, o governo do Estado, a prefeitura de Três Lagoas e a Acron vão se reunir para discutir, por exemplo, a doação do terreno e a concessão de incentivos fiscais.