Em 'carta aos cristãos', Moro defende imunidade tributária de igrejas e se posiciona contra aborto
O ex-ministro vai apresentar o texto na noite desta segunda-feira, durante encontro com lideranças cristãs em Fortaleza, no Ceará
Em uma 'carta para os cristãos', o ex-ministro Sergio Moro assumiu 14 compromissos, entre eles garantir que as instituições religiosas, como igrejas e templos, continuem sem pagar impostos. No documento, ao qual o Globo teve acesso, Moro também se posicionou contra ampliar as possibilidades de aborto legal no país e a sexualização precoce de crianças e adolescentes.
O ex-ministro vai apresentar o texto na noite desta segunda-feira, durante encontro com lideranças cristãs em Fortaleza, no Ceará, onde possui agenda até a próxima quarta-feira como pré-candidato à Presidência da República.
"Valorizaremos a autonomia da instituição familiar, respeitaremos as preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e a preservação dos direitos de cada um dos seus membros. O Estado deve evitar ao máximo invadir a esfera da liberdade privada, assim como deve preservar as crianças e adolescentes da sexualização precoce", escreveu Moro.
"Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor", afirma outro trecho do documento.
Na carta, o ex-ministro também afirmou que pretende incentivar "combate à discriminação, ao preconceito e ao discurso de incentivo ao ódio e à violência, ainda que simbólica, seja em virtude da religião, raça, orientação sexual ou ideologia".
Em outros pontos, Moro se compromete a combater com rigor o tráfico de drogas e o crime organizado. Ao mesmo tempo, rechaçou tratar dependentes químicos como criminosos.
"(...) buscando proteger famílias, crianças e adolescentes da influência destruidora das drogas, salvaguardando o uso medicinal, desde que com recomendação científica a partir de testes farmacológicos, e sem tratar o dependente químico como criminoso", acrescentou.
Ele disse, ainda, que a educação é essencial, e que deve haver o incentivo à pesquisa "na sua forma mais ampla e avançada, sem doutrinações".
"Respeitaremos a democracia, a lei e os poderes legitimamente constituídos, e atuaremos com foco especial na eliminação dos privilégios injustificáveis da classe política e na implementação de políticas públicas que beneficiem todos os brasileiros, retomem o crescimento econômico, promovam o emprego, a redução das desigualdades sociais e a erradicação da pobreza, seguindo os princípios da compaixão inerentes à tradição cristã."