Política

Moraes autoriza envio de provas contra Bolsonaro para investigar milícias digitais antidemocráticas

Ministro também compartilhou quebra de sigilo telemático de assessor do Palácio do Planalto com outro inquérito em andamento

Jair Bolsonaro - Sergio Lima / Poder360 / AFP

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o compartilhamento de provas produzidas contra o presidente Jair Bolsonaro e aliados próximos dele com uma investigação que apura a existência de uma milícia digital com objetivo de atacar as instituições democráticas.

Essas provas foram produzidas pela Polícia Federal dentro do inquérito sobre a divulgação de documentos sigilosos por parte de Bolsonaro. Ao concluir a investigação, a PF apontou que o presidente cometeu crime de violação de sigilo pelo vazamento indevido dos documentos, referentes a uma apuração sobre ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mas não apenas isso: a PF disse que a conduta de Bolsonaro se assemelhava à atuação das milícias digitais que divulgam informações falsas para atacar a democracia, por isso pediu o compartilhamento de dados com o outro inquérito.

A decisão do ministro não deixa claro se Bolsonaro também passará a ser investigado no inquérito das milícias digitais. Caberá à Polícia Federal, que conduz o caso, definir diligências a respeito do assunto.
 

"Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas", escreveu Moraes.

Moraes também autorizou o envio da quebra de sigilo telemático (de dados de celulares e aparelhos eletrônicos) do ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, com um inquérito sobre a divulgação de informações falsas por parte de Bolsonaro relacionando a vacina contra a Covid-19 com infecção pelo vírus da HIV.