Pfizer quer vender US$ 54 bi em vacinas e pílulas anticovid em 2022
A empresa no entanto, antecipou que as previsões de vendas para a vacina não devem aumentar significativamente no decorrer do ano, como ocorreu em 2021
Após obter lucros generosos com sua vacina contra a Covid-19, o grupo farmacêutico americano Pfizer prevê faturar 32 bilhões de dólares em vendas do fármaco este ano, além de US$ 22 bilhões por com a pílula antiviral destinada a tratar essa doença.
A forte demanda dos produtos ligados à pandemia permitiu que a empresa alcançasse, pela primeira vez, um volume de negócios de cerca de 100 bilhões de dólares.
"2021 foi um ano chave para a Pfizer", disse o diretor financeiro Albert Bourla em uma mensagem publicada após a divulgação dos resultados da empresa.
O grupo produziu mais de 3 bilhões de doses do imunizante, desenvolvido em associação com a empresa alemã de biotecnologia BioNTech, sob o nome Comirnaty, que gerou lucros de até 36,8 bilhões de dólares em 2021 e permitiram à empresa alcançar uma participação de 70% no mercado americano e da União Europeia, segundo Bourla.
Como resultado, o faturamento da Pfizer saltou 95%, para US$ 81,3 bilhões, e seu lucro líquido mais que dobrou, para US$ 22 bilhões.
A Pfizer, que previa vender apenas US$ 15 bilhões por sua vacina no início de 2021, antes de elevar várias vezes suas previsões, espera produzir 4 bilhões de doses adicionais este ano.
Em janeiro, a farmacêutica anunciou o lançamento de um ensaio clínico para testar uma versão da vacina direcionada especificamente à variante ômicron.
Também solicitou recentemente a autorização emergencial nos Estados Unidos de sua vacina para crianças de seis meses a 4 anos, que se tornaria a primeira disponível para esta faixa etária.
O diretor financeiro, no entanto, antecipou que as previsões de vendas para a vacina não devem aumentar significativamente no decorrer do ano, como ocorreu em 2021, "quando a vacina estava chegando ao mercado e poucas pessoas tinham recebido as doses".
120 milhões de comprimidos
Quanto ao seu comprimido anticovid, um tratamento comercializado com o nome Paxlovid e autorizado no final de dezembro nos Estados Unidos e em cerca de 40 países, a Pfizer já vendeu o equivalente a 72 milhões de dólares em 2021 e espera produzir 120 milhões de doses ao longo deste ano.
As previsões se baseiam nos contratos firmados até o fim de janeiro e as receitas por esse medicamento poderiam aumentar de acordo com as conversas com os governos e sua possível disposição de manter reservas contra futuras pandemias, detalhou o diretor financeiro.
A Pfizer também trabalha em um segundo tratamento contra a Covid-19 que poderia se contrapor ao risco de resistência ao Paxlovid, sem necessariamente ter que combiná-lo com outro medicamento, o ritonavir. Os primeiros ensaios clínicos começarão no segundo semestre.
"Nossos cientistas continuam monitorando o vírus SARS-CoV-2 e acreditam que é pouco provável que seja totalmente erradicado em um futuro previsível", afirmou Bourla.
"Agora temos as ferramentas, em forma de vacinas e tratamentos, que acreditamos que nos ajudarão não só a administrar melhor a pandemia, mas também a nos levar a uma fase endêmica", acrescentou.
Apesar de o lucro do grupo em 2021 ter sido maior que o esperado pelos analistas, sua cifra de negócios e suas previsões decepcionaram um pouco e as ações da companhia registravam queda na Bolsa de Valores de Nova York.
No total, a Pfizer espera um faturamento de entre 98 e 102 bilhões de dólares para este ano e um lucro ajustado por ação de entre US$ 6,35 e US$ 6,55.
Somente no quarto trimestre de 2021, o volume de negócios do grupo mais que dobrou para US$ 23,8 bilhões. Contudo, sem contar as vendas da vacina (12,5 bilhões de dólares) e do tratamento anticovid, o mesmo registrou queda de 2%. Nesse período, a Pfizer teve um lucro de US$ 3,4 bilhões.