Lojas de artigos carnavalescos com pouca movimentação no Centro do Recife
De acordo com os lojistas, o prejuízo por conta da baixa procura pelos produtos é de cerca de 60%
Andando pelas ruas do centro do Recife, é possível encontrar diversas lojas que comercializam artigos carnavalescos, como sombrinhas de frevo, fantasias e confete, principalmente em fevereiro, mês que é celebrada a festividade. Porém, a diminuição de clientes interessados nesses produtos também é evidente devido ao cancelamento do Carnaval de rua e das festas privadas em Pernambuco.
Na última terça-feira (8), o secretário estadual de Saúde, André Longo, anunciou a decisão do cancelamento oficial da festividade para conter o avanço da Covid-19. Entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março, nenhum tipo de evento ou festa, privada ou pública, pode acontecer em Pernambuco.
De acordo com Janaína Fernandes, gerente da Casa Lapa, loja que vende artigos de época localizada na rua das Calçadas, a movimentação da loja no mês de janeiro deste ano foi menor do que no mesmo período de 2021. Nos anos sem pandemia, a gerente classificou a movimentação como um “Galo da Madrugada dentro da loja”.
“Infelizmente, as expectativas não são boas. As pessoas estavam até animadas comprando decorações para enfeitar escolas e residências, mesmo que de forma singela. Agora, notamos um esfriamento nas vendas”, disse.
Janaína explica que os estoques dos produtos foram comprados com restrição de quantidade.
“A gente começou a comprar os produtos com um certo receio, mas mesmo assim arriscamos, fizemos compras e a gente foi dividindo em lotes. Quando vimos o decreto com a restrição da quantidade para 3 mil pessoas nos eventos, eu automaticamente cancelei a compra de mais produtos, para a gente não adquirir dívidas sem vendas”, destacou.
Para a decoradora Regeane da Silva Ribeiro, que estava comprando alguns artigos para decorar uma residência, poucas pessoas estão procurando realizar decorações com o tema de Carnaval.
“A gente fazia bem mais decorações carnavalescas, mas agora está bem reduzido por conta da pandemia, todo mundo com medo, se restringindo. A redução da procura por esse tipo de decoração foi de 40%. A gente vai fazer algumas decorações, mas de pessoas que vão fazer o Carnaval em casa com a família mesmo”, pontuou.
A diminuição das vendas de produtos carnavalescos se propaga em todo o centro da capital pernambucana. De acordo com o gerente do Líder Atacarejo, Rosélio José, o prejuízo financeiro da loja chega a 60%. A procura pelos produtos se sobressai para os clientes que decoram as suas casas para celebrar com a família.
“Sem a pandemia, a movimentação seria bem diferente. No Recife, a cultura carnavalesca mobiliza toda a cidade e estaríamos de vento em popa aqui, vendendo muito. Nos dias nove e dez de fevereiro, os estoques já estavam quase acabando, porque o pessoal sempre antecipava essas compras. Hoje é totalmente atípico e diferente dos momentos bons que passamos há 2 anos”, disse.