Cúpula da CPI da Covid pede a Fux derrubada do sigilo das investigações
Senadores querem que 10 petições encaminhadas pela PGR sejam convertidos em investigação
A cúpula da CPI da Covid no Senado pediu nessa quarta-feira (9) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que sejam adotadas providências sobre os pedidos de investigação abertos após o relatório final da comissão, apresentado em outubro de 2021.
Reuniram-se com Fux os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM). O encontro durou cerca de meia hora.
Em nota divulgada logo após a reunião pela assessoria de imprensa do STF, Fux vai analisar os pedidos feitos pelos senadores e verificar se há procedimentos possíveis por parte da Presidência do STF ou se cabe apenas aos relatores dos casos levantar os sigilos.
"O presidente do STF, ministro Luiz Fux, ouviu os parlamentares da CPI e vai analisar os pedidos. É preciso verificar se há procedimento possível por parte da Presidência ou se apenas cabe atuação dos relatores dos casos", diz o texto.
Em novembro do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo dez pedidos de providências que têm como base o relatório final produzido pela CPI da Covid no Senado, que pediu o indiciamento de 80 pessoas, sendo 13 com foro privilegiado, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (PL).
A jornalistas, Renan falou sobre a atuação da PGR em dar seguimento aos pedidos encaminhados ao STF.
— Só ontem tivemos acesso a uma das petições. Porque são sigilosas. Ora, essa investigação se fez à luz do dia, com o acompanhamento diuturno da sociedade. As provas são públicas. Caberia à PGR 3 encaminhamentos: dar continuidade à investigação, denunciar ou arquivar. O que fez o douto procurador? Uma solicitação sigilosa ao Supremo que não seguiu nenhum desses caminhos —, disse o senador, que foi o relator da CPI.
Nesta terça-feira, os senadores se reuniram com integrantes da PGR. Segundo Randolfe, os procuradores pediram um maior detalhamento e individualização das provas apresentadas pela CPI.
— Entregamos o prato, a comida e os talheres. Agora é para colocar a comida na boca. Acho que esse era um trabalho da PGR, é o que o bom senso indica, mas já que isso foi pedido, nós faremos. Somos os maiores interessados —, disse Randolfe.