Política

PF conclui investigação sobre declarações de bens de Flávio Bolsonaro

Senador é investigado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica; promotoria eleitoral vai avaliar se apresenta denúncia

Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) - Leopoldo Silva/Agência Senado

 A Polícia Federal concluiu as diligências do inquérito que investiga se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) praticou lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar seus bens à Justiça Eleitoral. Os resultados já foram encaminhados pela 204ª Zona Eleitoral, onde corre o caso, à Promotoria Eleitoral.

A investigação sobre as disparidades nas declarações de bens do senador à Justiça Eleitoral foi iniciada em 2018, a partir de notícia-crime feita pelo advogado Eliezer Gomes da Silva.

Ele apontou o fato de Flávio ter declarado, em 2014 e 2016, ser proprietário de um apartamento no bairro de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, mas ter atribuído valores diferentes para o mesmo apartamento em cada ano. Procurada, a defesa do senador ainda não respondeu.
 

O foro do caso é da 204ª Zona Eleitoral, cujo titular é o juiz Flávio Itabaiana, o mesmo magistrado responsável pela 27ª Vara Criminal da Capital. Nesta condição, Itabaiana proferiu as decisões de primeiro grau das investigações sobre a prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio, então deputado estadual, incluindo a quebra de sigilo bancário e fiscal. As medidas,  porém, foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os negócios imobiliários de Flávio Bolsonaro são investigados pelo Ministério Público do Rio desde julho de 2018, em função de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)  ter apontado uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, assessor do deputado, e repasses de servidores do gabinete de Flávio para ele.

Nas medidas cautelares, os promotores apontaram ter indícios de que o dinheiro obtido da devolução dos salários seria utilizado na compra de imóveis.

Com base no resultado das diligências da Polícia Federal e das demais peças do inquérito, caberá agora à 229ª Promotoria Eleitoral, responsável pelo caso, denunciar o senador, pedir o arquivamento ou requisitar novas diligências.