Em busca de apoio, Ciro se reúne com Kalil, mas PSD de Minas já avalia chapa com Lula
Partido tem cotado como candidato à Presidência Rodrigo Pacheco, mas candidatura não deve ir para frente. Pedetista disse a preifeto de BH que está 'na área pedindo a bola'
O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, se reuniu nesta sexta-feira (11) com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), cotado para concorrer ao governo de Minas Gerais. O pedetista deseja o apoio do chefe do Executivo belorizontino para a disputa ao Palácio do Planalto. No entanto, líderes do PSD mineiro já avaliam que a melhor chapa na eleição deste ano para Kalil é ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No que chamou de “encontro de dois amigos de longa data”, o ex-governador do Ceará disse que não iria constranger Kalil pedindo seu apoio na disputa presidencial, já que o partido do prefeito tem, até o momento, um possível postulante ao Planalto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ciro, no entanto, disse ao alcaide que está “na área pedindo a bola”.
— O PSD, partido dele, tem hoje um candidato que é mineiro, Rodrigo Pacheco, um senador que nós apoiamos para a presidência do Senado Federal e quem eu vejo um quadro extremamente respeitável. Portanto eu não seria, por mais desejo que eu tenha, indelicado de constranger o Kalil, tendo ele e o partido dele uma candidatura. Apenas eu disse, como o Reinaldo, o rei do Atlético, que eu estou na área pedindo a bola — disse Ciro.
Convidado a disputar à Presidência pelo cacique do PSD, Gilberto Kassab, Pacheco ainda não respondeu oficialmente se entrará na disputa. Porém, nos bastidores, a avaliação é de que o senador não se lançará candidato e focará na condução da Casa legislativa para poder se reeleito ao comando do Senado.
Mesmo sem Pacheco na disputa, Ciro dificilmente terá o apoio de Kalil a candidatura, como já disse desejar em outras ocasiões. Ter o prefeito da capital mineira ao seu lado na eleição daria ao pedetista um palanque importante no segundo maior colégio eleitoral do país. Embora Kalil o tenha apoaido na corrida presidencial de 2018, o mesmo não deve se repetir agora.
O presidente do PSD em Minas é o senador recém empossado Alexandre Silveira, que declinou nesta semana o convite do presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser líder do governo no Senado. Na reunião que teve com a bancada do partido na Casa para anunciar sua decisão, o parlamentar deu como um das justificativas o resultado de pesquisas internas que mostram que Kalil tem maior chance de ser eleito quando aparece numa composição com Lula — por isso, se aceitasse a liderança, poderia haver um certo constrangimento na eleição mineira, visto que o próprio Silveira tenta a reeleição.
As sondagens feitas sob encomenda pelo partido mostram que Kalil tem mais força na eleição quando em uma chapa composta pelo petista candidato à Presidência e Silveira, ao Senado. A projeção do PSD é que eles disputem contra o atual governador de Minas, Romeu Zema (Novo), numa composição que tem Bolsonaro tentando à reeleição e o ex-ministro do Turismo Marcelo Alvaro Antônio como candidato a senador.
De acordo com Kalil, o prefeito ainda terão outras conversas em que abordarão os possíveis apoios nas eleições desde ano. Por ora, Kalil disse que seu foco é prefeitura de Belo Horizonte e que o pedetista não o pressionou para já dar um posicionamento.
—[Foi] uma conversa de amigos, amena e gentil. Disse a ele que estou focado na prefeitura e que no momento adequado conversaremos sobre eleição. Gosto muito dele, e ele não me pressionou em nada. Foi muito legal o papo — disse Kalil, que completou: — [Ciro] falou que está no jogo e que vamos conversar.
Essa não foi a única movimentação que o pedetista faz acenando para o PSD. Recentemente, Ciro esteve no Rio de Janeiro e se reuniu com o prefeito da capital fluminse, Eduardo Paes (PSD), que comando o diretório do partido no estado. Os dois anunciaram uma aliança entre os pré-candidatos ao governo estadual, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), e o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz (PSD).