Coronavírus

China dá aprovação condicional a pílula da Pfizer contra a Covid

Paxlovid foi aprovada para tratar adultos com Covid-19 leve a moderado e alto risco de progredir para uma condição grave

Paxlovid, pílula anticovid da Pfizer - Handout / Pfizer / AFP

A agência reguladora de produtos médicos da China divulgou, neste sábado (12), que deu aprovação condicional para o medicamento Paxlovid da Pfizer para Covid-19, tornando-o a primeira pílula oral desenvolvida especificamente para tratar a doença eliminada no país.

A Administração Nacional de Produtos Médicos disse que o Paxlovid foi aprovado para tratar adultos com Covid-19 leve a moderado e alto risco de progredir para uma condição grave.

Não está claro se a China já está conversando com a Pfizer para adquirir a pílula.

"Este é um marco importante em nossa luta contra o Covid-19", disse um representante da Pfizer em comunicado, sem fornecer informações sobre compras.

A aprovação é um impulso para a Pfizer, que espera US$ 22 bilhões em vendas do tratamento em 2022. Os executivos da Pfizer disseram que a empresa está em discussões com mais de 100 países sobre o Paxlovid e tem capacidade para fornecer 120 milhões de cursos, se necessário.

Embora várias vacinas estejam disponíveis em todo o mundo para ajudar a prevenir infecções e doenças graves, incluindo uma fabricada pela Pfizer, há opções limitadas de tratamento para pessoas infectadas com Covid-19.

Em dezembro, a Pfizer informou que os resultados finais do teste mostraram que seu tratamento reduziu a chance de hospitalização ou morte em 89% em pacientes com Covid-19 em risco de doença grave, dado o tratamento dentro de três dias após o início dos sintomas, e em 88% quando administrado em cinco dias.

Os Estados Unidos estão pagando cerca de US$ 530 para cada kit com as pílulas necessárias para um tratamento de Paxlovid e US$ 700 por cada curso de molnupiravir, uma pílula rival desenvolvida pela Merck & Co.

A China manteve o número diário de novos pacientes com Covid-19 com sintomas confirmados abaixo de 250, e às vezes menos de 10, no ano passado. O número é pequeno para sua população de 1,4 bilhão e para os padrões globais, graças à abordagem da China de conter rapidamente quaisquer surtos locais o mais rápido possível e seu requisito de quarentena de semanas para a maioria dos viajantes que chegam do exterior.

A China ainda não aprovou nenhuma vacina Covid-19 desenvolvida por fabricantes estrangeiros, mas vacinou 87,1% de toda a sua população até 7 de fevereiro usando várias vacinas desenvolvidas internamente.

O economista Simcha Neumark foi o primeiro brasileiro a receber a pílula da Pfizer para tratamento da Covid-19, após contrair a doença. Neumark mora atualmente em Israel, onde tomou o medicamento Paxlovid. Nascido em São Paulo, o brasileiro tem uma doença autoimune, que o impediu de desenvolver anticorpos contra a Covid-19, mesmo depois de ter tomado cinco doses da vacina.

Com o diagnóstico positivo para doença, Neumark relatou que ofereceram a ele o tratamento por meio da pílula.

"Chamaram-me e falaram que eu seria o primeiro, não tem muito teste, mas sim uma autorização de emergência. Para mim, compensava dado o que eu tava sentindo. Era febre muito alta, uma dor de garganta muito forte. Eu tinha medo de ter que acabar no hospital, como a maior parte dos casos que não está vacinado", disse Neumark.