Situação é 'crítica' por tensões Rússia-Ucrânia, diz governo alemão
O embaixador ucraniano em Berlim, Andrij Melnik, reivindicou o anúncio de um plano de ajuda "no valor de vários milhões" de euros
As tensões entre Rússia e Ucrânia com a mobilização de tropas na fronteira levaram a uma situação "crítica" - declarou uma fonte do governo alemão neste domingo (13), na véspera de uma visita a Kiev do chanceler Olaf Scholz.
"Nossa preocupação é grande (...) Pensamos que a situação é crítica, que é muito perigosa", destacou esta fonte que conversou com a imprensa sob a condição do anonimato, no momento em que se intensificam os temores de uma iminente invasão russa à Ucrânia.
A fonte informou ainda que o governo alemão pretende aumentar sua ajuda econômica para a Ucrânia, mas que mantém sua recusa a entregar armas a Kiev.
Berlim examina "se ainda temos possibilidades, no plano bilateral, de contribuir no que se refere ao apoio econômico", relatou esta fonte.
Desde a anexação da península da Crimeia, em 2014, por parte de Moscou, a Alemanha foi o país que forneceu mais ajuda financeira à Ucrânia, da ordem de 2 bilhões de euros (em torno de US$ 2,27 bilhões). A este montante, acrescenta-se uma linha de crédito de 500 milhões de euros, dos quais quase dois terços já foram utilizados.
A ajuda da União Europeia (UE) se soma à mencionada acima, que tem caráter bilateral.
Em entrevista concedida hoje à rádio pública alemã, o embaixador ucraniano em Berlim, Andrij Melnik, reivindicou o anúncio de um plano de ajuda "no valor de vários milhões" de euros, no âmbito da visita de Scholz a Kiev, nesta segunda-feira (14). No dia seguinte, o chanceler alemão embarca para Moscou.
Na questão do fornecimento de armas "letais", ucranianos e alemães continuam em lados opostos. Com base em sua política praticada após o período nazista, que consiste em não exportar esse tipo de armamento para zonas de conflito, a Alemanha se opõe ao pedido de Kiev.
A Ucrânia enviou uma lista de pedidos à Alemanha, mas, conforme a fonte de Berlim, para esta segunda-feira, "ainda não há nada a esperar" neste tema. De qualquer modo, não se exclui que equipamentos considerados não letais possam ser enviados.