Hong Kong está sobrecarregada com onda de ômicron
Cidade registrou duas mortes após cinco meses sem óbitos por Covid-19
Os hospitais de Hong Kong atingiram, nesta segunda-feira (14), uma ocupação de 90%, anunciaram as autoridades locais, após reconhecerem que a onda de contaminações provocadas pela variante ômicron da Covid-19 desferiu um "duro golpe" ao sistema de saúde da cidade e à sua estratégia de "Covid zero".
Embora a taxa de infecção permaneça baixa em comparação com outras grandes cidades do mundo, a política de Hong Kong de enviar casos, mesmo que assintomáticos, para hospitais e locais de quarentena levou à superlotação de leitos e ao aumento dos tempos de espera.
As autoridades também anunciaram nesta segunda-feira a morte de dois idosos por Covid-19.
A cidade teve suas primeiras mortes relacionadas ao coronavírus em cinco meses na semana passada, com sete pacientes com mais de 70 anos e um menino de quatro anos sucumbindo ao vírus.
"O avanço da quinta onda da epidemia provocou um duro golpe em Hong Kong e sobrecarregou a capacidade de tratamento da cidade", afirmou a governante Carrie Lam em um comunicado divulgado na noite de domingo.
Diante do cenário, os hospitais da cidade afirmaram no domingo que pacientes "estáveis ou com sintomas leves" devem permanecer em casa.
Apesar das dificuldades, Lam afirmou que seu governo "não poupará esforços para implementar" a estratégia de "covid zero" e que a China ajudará a reforçar a capacidade de testes da cidade, assim como dos espaços de quarentena.
Desde o início da pandemia, Hong Kong aderiu à política de "covid zero" da China continental de erradicar qualquer foco de infecção por meio de testes generalizados, quarentenas em massa e medidas estendidas de distanciamento social.
Desde o final de dezembro, mais de 8.000 contaminações foram registradas e especialistas temem que o número de casos diários ultrapasse 25.000 no próximo mês.
"O aumento dramático no número de casos confirmados nos últimos dias aumentou o tempo que leva para as pessoas com resultado positivo serem admitidas em centros de isolamento", admitiu Lam.
Hong Kong tem lutado para persuadir sua população idosa a se vacinar - apenas 50% das pessoas com mais de 70 anos receberam uma dose da vacina.
O governo tem argumentado que sua política de "covid zero" visa dar às pessoas mais tempo para serem vacinadas.
Pesquisadores alertaram na sexta-feira que até o final de março, a cidade - densamente povoada- poderia registrar 28.000 contaminações diárias.
O ensino presencial nas escolas permanecerá suspenso até o início de março, segundo o departamento de educação. Hong Kong registrou pouco mais de 12.000 casos e 213 mortes relacionadas à Covid-19 até o final de 2021.