Dirigentes do MDB, União Brasil e PSDB admitem abrir mão de pré-candidaturas
Presidentes das siglas estiveram juntos para defender que possuem mais convergências do que divergências, mas não avançaram em questões práticas
Após reunião, dirigentes do MDB, União Brasil e PSDB admitiram a possibilidade de abrirem mão de suas pré-candidaturas na esfera nacional e estadual para tentar formalizar uma federação partidária até meados de março. O objetivo principal da aliança é buscar um candidato à presidência competitivo, mas também ter força no Congresso para fazer frente ao grupo formado por siglas do 'centrão' e pelo bloco composto pelo PT, legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano que vem.
Os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do União Brasil, Luciano Bivar, e do PSDB, Bruno Araújo, se reuniram em Brasília, nesta terça-feira (15), para reforçar que estão, de fato, em busca de um acordo. Eles posaram para fotos juntos, de mãos dadas, com o intuito de demonstrar que há mais convergências do que divergências no momento.
— As três candidaturas (à presidência) que estão postas aqui estão submetidas à autoridade desse conjunto de forças políticas. As candidaturas são legítimas, postas por cada um dos nossos partidos, mas a partir do momento que caminhamos pela convergência de uma candidatura única elas estão submetidas à autoridade de um consenso — disse o presidente do PSDB.
Araújo reforçou que está autorizado pelo pré-candidato da sigla, João Doria, a dizer que ele aceita participar do acordo em uma eventual federação, o que inclui até mesmo abrir mão da disputa como cabeça de chapa.
— Tanto a pré-candidatura da Simone Tebet, quanto do governador Doria estão consolidadas em seu partido. A nossa candidatura (União Brasil), embora seja uma opção, ainda não tem essa consolidação partidária que têm as duas outras — acrescentou Luciano Bivar.
Segundo o presidente do União Brasil, em um primeiro momento o objetivo é a construção da identidade que o grupo teria sem grandes dificuldades nos diretórios estaduais. O segundo passo seria discutir os critérios para a escolha do candidato à presidência da República, o que ainda não foi feito.
Em caráter reservado, integrantes dos três partidos afirmam que há conflitos em alguns estados, como Pernambuco e Paraíba, que teriam que ser solucionados nas próximas duas semanas.
— Pudemos confirmar hoje que temos muito mais convergências do que dificuldades, em pensamento e em projeto para o país. Mais do que nunca o que nos une é a vontade de apresentar um projeto moderado, equilibrado, que vise uma recuperação do nosso país na sua economia, visando geração de emprego, trabalho e renda — afirmou Baleia Rossi.
De acordo com estimativas de presidentes das legendas, se a federação for efetivada, os três partidos poderiam chegar a 140 deputados na Câmara a partir de 2023.