Chuvas

Equipes de resgate recolhem corpos nas ruas de Petrópolis após temporal

Uma equipe da Inter TV passou pelo Centro de Petrópolis à noite, quando o rio que corta a Rua do Imperador, uma das principais da cidade, começou a baixar e encontrou seis corpos.

Dois pedestres se agarram à árvore para não serem levados pelas águas durante temporal em Petrópolis - Reprodução/ Redes sociais

A dimensão da tragédia causada pelo temporal que caiu sobre Petrópolis nesta terça-feira, dia 15, só começou a poder ser medida quando as águas baixaram. Corpos de pessoas arrastadas pela enxurrada e pela cheia dos rios foram encontrados no Centro Histórico da cidade. 

Uma equipe da Inter TV passou pelo Centro de Petrópolis à noite, quando o rio que corta a Rua do Imperador, uma das principais da cidade, começou a baixar e encontrou seis corpos. As imagens mostram bombeiros e policiais retirando as vítimas em sacos pretos, em meio a lixo e destroços que foram levados pela correnteza. Atônitos e parecendo ainda assustados, alguns moradores observam a destruição e a retirada dos mortos.

Quando a chuva estiou por volta das 23h30, o cenário visto na Rua Teresa, principal polo comercial da cidade, era de devastação. A via ficou coberta por lama, e todas as lojas sem luz.

A cidade entrou em estágio de crise, o mais alto numa escala de três. Até as 20h30, a Defesa Civil municipal registrava 80 pontos de deslizamento. Todas as sirenes instaladas em áreas de risco foram acionadas. Em seis horas, o acumulado pluviométrico atingiu 259 milímetros — acima da média esperada para todo o mês de fevereiro, de 238,2 milímetros.

Na região do Morro da Oficina, carros foram arrastados pela enxurrada. Ruas viraram rios, deixando moradores em pânico. Já o centro de Petrópolis ficou debaixo d’água: até o quartel dos bombeiros foi completamente inundado. Na noite desta terça-feira, parte de Petrópolis continuava sem luz, e pessoas, isoladas à espera de socorro.

'Cena de guerra', diz governador

O governador do Rio, Claudio Castro, foi até Petrópolis para ver de perto os estragos causados pelo temporal dessa terça-feira. Em entrevista à Globonews, Castro afirmou que a cidade vive uma tragédia de grandes proporções: "Cenas de guerra. Carros pendurados em postes! O que foi visto no alto da cidade foi algo impressionante, um volume de agua nunca visto na cidade", declarou.

Ainda na noite de terça-feira, o governador se reuniu com o prefeito Rubens Bomtempo e o presidente da Alerj, André Ceciliano, na sede da Prefeitura de Petrópolis, após a decretação do estado de calamidade.

Segundo o governador do Rio, os desabrigados serão cadastrados para receber aluguel social, sem necessitar, portanto, ficar em abrigos. Castro também afirmou que o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, prometeu ajuda, e deve ir à Petrópolis esta semana para avaliar as formas de ajuda à cidade. O governador espera, também, que o presidente Jair Bolsonaro, que está em viagem à Rússia, visite a região.