Internacional

China pode se aproveitar da crise na Ucrânia, adverte general dos EUA

A China pode se aproveitar da crise na Ucrânia para fazer algo "provocativo" na Ásia

Xi Jinping, presidente da China - Aris Messinis/AFP

A China pode se aproveitar da crise na Ucrânia para fazer algo "provocativo" na Ásia, enquanto as potências ocidentais se concentram em aliviar as tensões com a Rússia - alertou um general americano nesta quarta-feira (16). 

O chefe da Força Aérea americana no Pacífico, general Kenneth Wilsbach, lembrou que a China se alinhou com a Rússia na crise, levantando dúvidas sobre suas intenções na Ásia. 

"Do ponto de vista de se a China olha para o que acontece na Europa e (...) tenta fazer algo aqui na região da Ásia-Pacífico, absolutamente sim, isso é uma preocupação", declarou Wilsbach.

"Estou preocupado que queiram tirar proveito", acrescentou o militar ao falar com jornalistas durante a Feira Aérea de Singapura. 

O envio de mais de 100 mil soldados russos para a fronteira ucraniana provocou temores em Washington e em outras capitais ocidentais de uma possível invasão. 

"Não me surpreenderia se tentassem algo que possa ser provocativo para ver como a comunidade internacional reage", acrescentou. 

Wilsbach disse que, quando Pequim apoiou a Rússia na crise ucraniana, ele conversou com sua equipe e com representantes de outras "entidades" regionais sobre as consequências dessa posição. 

Há anos, Pequim é acusada de provocar tensões na região, ao tomar ilhas e atóis importantes no Mar da China Meridional. A China reivindica soberania sobre quase todo esse mar, incluindo partes reivindicadas por Taiwan, Brunei, Malásia, Filipinas e Vietnã. 

Os Estados Unidos e outros países ocidentais temem que o controle chinês afete a livre-navegação nessa via estratégica. 

Segundo Wilsbach, quando a China vê uma crise, pergunta "se é uma oportunidade de ganhar algo". 

Ele não detalhou o que a China poderia fazer sobre a crise na Ucrânia, mas disse que teria "provavelmente inúmeras opções".